“A morte é magnífica por que não existe. Só morre aquele que não viveu. Continua vivendo aquele que, após a morte, produz nos que ficam novas sensações, anseios e desejos”. Com essa frase de Frida Khalo, Diana Pomar, diretora e fundadora da DGX International Travel, representante da Xcaret no Brasil, abriu o evento de comemoração do Dia dos Mortos. Realizado nesta segunda-feira (04), na exposição Altares do Dia dos Mortos, no Memorial da América Latina, em São Paulo (SP), a celebração ofereceu aos convidados a oportunidade de conhecerem mais sobre a tradição mexicana, bem como degustar comidas e bebidas típicas do México. A exposição fica aberta até o dia 10 de novembro, na galeria Marta Traba.
Rodrigo Vásquez Ortega, cônsul para assuntos culturais e econômicos do México no Brasil, marcou presença no evento, ressaltando que a data é a mais importante do calendário mexicano. “Essa exposição especial, que é resultado da colaboração de muitos artistas e instituições, marca os 190 anos de relações diplomáticas ininterruptas entre México e Brasil. São quase dois séculos de parceria e amizade entre os povos”, pontuou.
Ortega também enfatizou que o significado dos altares, mais do que uma celebração da morte em si, são uma forma de relembrar e celebrar a vida dos que se foram. “O mais importante em um altar do Dia dos Mortos, é a quem você está homenageando, a quem você está lembrando”, afirmou. “Este ano, a homenagem recai sobre duas grandes figuras: Tarsila do Amaral, do Brasil, e Frida Kahlo, do México. A escolha é em reconhecimento ao papel de ambas na promoção da cultura de seus respectivos países e na consolidação da arte latino-americana”, explica.
O objetivo do evento, segundo Gabriel Lopes, gerente de Vendas do Xcaret, foi trazer um pouquinho da cultura mexicana para o público e trade turístico brasileiro, por meio das festividades do Dia dos Mortos, que é um Patrimônio Imaterial da Humanidade. “É também uma oportunidade para mostrar que os destinos turísticos mexicanos, além das praias e resorts, oferecem experiências culturais enriquecedoras. Este ano, por exemplo, a rede Xcaret realizou o 18º Festival de Tradições de Vida e Morte, que acontece anualmente em Cancún e na Riviera Maia”, conta o executivo da rede que têm investido na aproximação com o mercado brasileiro.
Complementando a fala de Lopes, Diana destaca a conexão entre o evento e o contexto cultural da rede hoteleira. “A Xcaret preserva as tradições e os valores culturais do México em suas atrações, especialmente no que se refere ao Dia dos Mortos. Queremos que os brasileiros enxerguem a morte como a enxergamos. Os altares são parte de nossa cultura, mas o interessante é que, aqui, eles estão sendo vistos pelo olhar do brasileiro”, observou a diretora.
“Para nós, morrer é transcender, passar para outro plano e ainda ter um propósito”, explicou Diana. “Nos altares, colocamos velas, fotos de nossos familiares, comidas que gostavam em vida, sal, incenso e água, para que eles passem pelo portal de flores, do mundo espiritual para o material, e nos visitem nos três dias de comemoração entre o dia 31 de outubro e 2 de novembro.” Um elemento especial dessa data é a chegada das borboletas-monarca, que migram do Canadá ao México no inverno e representam, segundo a tradição, a chegada das almas das crianças, marcando o início das celebrações.
Confira as fotos do evento:
Conexão Brasil-México
Ortega reforçou o papel do consulado e de outras instituições mexicanas no Brasil para promover a cultura mexicana de forma ampla e constante. “O evento também tem o objetivo de fazer essa ponte de colaboração e parceria com instituições de educação, com escolas e centros de línguas, trazendo um pouco da visão artística dos brasileiros e dos estrangeiros sobre a cultura mexicana”, revela o cônsul, que também citou a promoção de eventos variados ao longo do ano, incluindo mostras de cinema e diálogos literários, com o objetivo de valorizar e divulgar a cultura mexicana e suas relações com o Brasil.
Entre as escolas e instituições que participaram da produção dos altaes, estão:
- St. Nicholas, que homenageou o ator Roberto Gomez Bolaños, que interpretou Chavez e Chapolin
- Escola Scalamandre, que homenageou as escritoras Cora Coralina e Rosario Castellanos
- Colegio Movile, que homenageou as artistas Frida Khalo e Tarsila do Amaral
- Escola México, que homenageou a banda brasileira Mamonas Assassinas
- Wizard by Person, que homenageou o cartunista Ziraldo
- Instituto Mauá de Tecnologia, que homenageou Guillermo Gonzales Camarena e o Barão de Mauá
- Memorial da América Latina, que homenageou Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer
- Sônia Ushiyama Souto – Teatro Oficina, que homenageou o diretor e ator brasileiro José Celso Martinez Corrêa
O cônsul destacou o sucesso crescente do evento, que já se consolidou no calendário cultural da cidade. “O evento é realizado no Memorial da América Latina desde 2016 e tem atraido um público cada vez maior a cada ciclo. No ano passado, tivemos entre 50 e 60 mil visitantes, e acreditamos que vamos bater esse recorde”, comentou Ortega. Para ele, o interesse crescente dos brasileiros pela cultura mexicana estimula o desejo de muitos em viajar ao México para vivenciar essas tradições de perto, fortalecendo ainda mais o intercâmbio cultural entre os dois países.
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