Minas Gerais desponta como um dos principais destinos de turismo de lazer do Brasil, liderando o ranking nacional com um crescimento de 12% na procura de turistas pelo estado nos últimos 12 meses, conforme dados do Observatório do Turismo. Essa trajetória ascendente sinaliza um otimismo no setor, que se prepara para um retorno significativo durante os feriados de novembro e dezembro. No entanto, essa expectativa positiva do turismo mineiro se vê ofuscada pelas severas perdas acumuladas desde a pandemia, colocando os empresários do setor em uma situação delicada. Um dos fatores que agrava esse cenário é o forte rumor de que o governo federal pretende extinguir o Programa Emergencial para Retomada do Setor de Eventos (Perse), uma medida que vem causando grande preocupação entre os empresários do setor.
O Perse, que oferece isenção fiscal e tem sido um suporte fundamental para a recuperação do setor, é alvo de pleitos constantes da categoria, que enfrentou enormes desafios durante o período da pandemia. De acordo com uma análise da Associação Mineira de Hotéis de Lazer (AMIHLA), cerca de 20% a 25% dos pequenos negócios de hotelaria em Minas Gerais, que operam sob o regime de tributação do Simples Nacional, estão atualmente operando no vermelho. Esse cenário se agrava pelo fato de que cerca de 70% dos CNPJs do setor de hotelaria e turismo no estado não foram contemplados pelo programa.
Diante dessa realidade, a entidade que representa o setor de turismo de lazer no estado mineiro enfatiza a necessidade urgente de apoio governamental. A continuidade do Perse é vista como vital para a recuperação e sustentabilidade dos empreendimentos turísticos, que já contraíram dívidas significativas na tentativa de se reerguer. “O futuro do turismo em Minas Gerais está em jogo, e a união de esforços entre o setor e o governo se torna imprescindível para garantir que o estado mantenha sua posição de destaque como destino turístico, contribuindo para a recuperação econômica e geração de empregos”, afirma Alexandre Santos, presidente da AMIHLA.
Os rumores sobre a extinção do Perse preocupam ainda mais, pois, embora o setor esteja em um ritmo de recuperação pós-pandemia, os desafios econômicos continuam a ser enormes. “Estamos vivendo um momento de recuperação, e a ocupação dos hotéis de turismo de lazer durante a Semana das Crianças foi um sinal positivo. A expectativa para os feriados de novembro também é promissora, mas ainda não será suficiente para cobrir os prejuízos acumulados, que resultaram em muitas dívidas desde a pandemia,” explica o presidente da entidade. Até janeiro de 2025, a AMIHLA vai entrar com uma medida judicial solicitando ao Governo a restituição dos impostos pagos pelos hotéis que não podem e não usufruem do Perse.
Santos ressalta que, apesar do otimismo em relação à ocupação nos próximos feriados, a situação financeira do setor permanece delicada. Os desafios enfrentados pelos empreendimentos são significativos e exigem uma atenção especial do governo e da sociedade. “É essencial que continuemos a lutar pela manutenção de programas como o Perse, que são vitais para a recuperação do turismo e da hotelaria em Minas Gerais,” finaliza.
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