Gramado (RS) – Teve início nesta sexta-feira (08) a programação do Meeting Festuris, atividade integrante da Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris) – que está na 36ª edição e teve abertura oficial na noite desta quinta-feira (07). Intitulado de “maior palco de conteúdo do turismo da América Latina”, o Meeting é um espaço de debates que estimulam o desenvolvimento do setor. Na programação são duas manhãs de conteúdo nas quais serão realizadas palestras, apresentações culturais, painéis, entrevistas e mesa redonda com grandes nomes nacionais do setor.
Vinicius Lummertz, presidente do Conselho do Grupo Wish, deu início à primeira manhã de conteúdo, com o painel “O que os setores que compõem a economia do Turismo podem fazer pelo Brasil”. Lummertz, que já foi ministro do Turismo do Brasil e presidente da Embratur, além de ter atuado no Sebrae Nacional como diretor, pontuou práticas e investimentos que podem levar o País a um novo patamar.
“O turismo vai continuar a se desenvolver. E o paradoxo é que quanto mais desenvolvimento de tecnologia, mais as pessoas estarão propensas a viajar”, defendeu Lummertz, afirmando que profissionais do setor não deveriam temer a evolução da inteligência artificial, por exemplo. Para ele, agentes deveriam integrar essas práticas em sua rotina para aumentar oportunidades.
Lummertz também destacou que o crescimento do turismo de massa oportunizou, gradativamente, um grande mercado segmentado de turismo de luxo. “Em 1970 se comprava uma passagem aérea por um valor que hoje se compra uma média de 11 bilhetes. No entanto, o que antes era visto como algo passageiro, hoje é visto como eterno com o advento do conceito instagramável”, afirmou.
Segundo o ex-ministro, o número de viagens internacionais dobrará entre 2010 e 2030. Em 2030, viagens internacionais serão 10 vezes maiores do que em 1970. Hoje, o turismo global de luxo responde por US$ 1,4 trilhão em um mercado global de US$ 7,3 trilhões. Em 2034, Lummertz destacou que o luxo deve responder por US$ 2,4 trilhões em um mercado total de US$ 16 trilhões, o equivalente a 23%.
E, neste cenário, o turismo do Brasil em 2024 é baseado, em sua grande maioria, em turismo doméstico. “Precisamos investir recursos na promoção de turismo, desenvolver malha aérea, melhorar acessos e viabilizar o crescimento do setor”, disse.
Para finalizar, Lummertz declara que o setor deve aumentar atrativos para investimentos no país, agregando maior número de visitantes para o Brasil. Assim como manter ou melhorar carga tributária geral do turismo, ampliar faixa de créditos, ter o turismo como prioridade estratégica, continuar investindo em turismo de natureza e náutico, dentre outras políticas públicas.
“Deveríamos ser a potência mundial do turismo. E o que falta? Fiz uma média do sentido das coisas e, num macro, nos falta ambição. Já fomos considerado um dos piores países para empreender no turismo, mas isso já melhorou e podemos fazer muito mais. Não há impedimento”, concluiu.
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