Gramado (RS) – No painel realizado na manhã desta sexta-feira (8) no Meeting Festuris, Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), e Petrus Ravazzano, diretor de operações da ASL – uma agência de viagens especializada em turismo esportivo –, abordaram o crescimento e o potencial do turismo esportivo no Brasil. Mediado pela consultora em gestão de Turismo Luciana Thomé, o debate destacou a relevância desse segmento para o turismo nacional, ressaltando a importância de estratégias bem estruturadas e de investimentos que atendam a essa demanda crescente.
Sampaio pontuou que o turismo esportivo no Brasil está se consolidando como um dos principais mercados em expansão, com uma oferta cada vez mais variada de atividades que vão desde corridas de rua até esportes aquáticos e competições ao ar livre, como canoagem e parapente. “Hoje, o brasileiro, independentemente da idade, se engaja em algum tipo de atividade física, o que atrai visitantes e promove o desenvolvimento de novas oportunidades para o setor”, afirmou. Ele destacou ainda que o setor movimenta bilhões globalmente, com uma projeção de crescimento de até 1,8 trilhões de dólares até 2030.
A análise do painel reforçou que o Brasil possui uma estrutura geográfica e climática propícia para o turismo esportivo, com destinos como Gramado, que recebeu o título de destino de turismo esportivo concedido pelo México. Além disso, práticas esportivas como a pesca esportiva e o voo livre têm ganhado destaque, com localidades se beneficiando do aumento na procura. Outro exemplo é a maratona de São Paulo e a etapa mundial de surf em Saquarema, eventos que atraem milhares de turistas e impulsionam a economia local.
De acordo com Sampaio, uma das grandes oportunidades é a diversificação de pacotes turísticos que integrem atividades esportivas para toda a família.
“O perfil do turista esportivo é predominantemente amador, mas há uma demanda crescente por pacotes que ofereçam infraestrutura para atletas e suas famílias, transformando o evento esportivo em uma experiência turística completa”, enfatiza Sampaio.
O painel também discutiu os desafios de infraestrutura, como a necessidade de investimento em segurança, suporte médico e adaptação de espaços urbanos para receber eventos esportivos. Sampaio ressaltou a importância de parcerias entre o setor público e privado para que o turismo esportivo se consolide como um produto turístico completo e competitivo.
Um caminho para novas experiências e desenvolvimento econômico
Petrus Ravazzano, diretor de operações da ASL – uma agência de viagens especializada em turismo esportivo –, abordou o impacto e o potencial desse setor no Brasil, trazendo exemplos da sua trajetória pessoal e profissional para ilustrar o crescimento e a diversidade das atividades esportivas como uma atração turística. O executivo destacou que o turismo esportivo não se restringe apenas aos atletas de alta performance, mas também envolve os praticantes amadores, acompanhados por familiares e entusiastas, movimentando significativamente o setor de turismo em eventos de diferentes escalas.
Petrus mencionou que o Brasil tem explorado novas formas de atrair turistas por meio do esporte, mas acredita que ainda há um longo caminho na valorização e incentivo à cultura esportiva. Ele citou exemplos internacionais de sucesso, como a Maratona de Porto Alegre, que reúne 20 mil participantes, e os eventos de ciclismo em Maiorca, na Espanha, que atraem anualmente cerca de 150 mil praticantes. Esses casos demonstram como o turismo esportivo pode dinamizar a economia local, incentivando a demanda hoteleira, de restaurantes e serviços variados.
Além disso, Petrus compartilhou suas experiências na organização de eventos para equipes olímpicas e na condução de viagens de esporte e aventura para locais como Girona, na Espanha, e Colômbia, países que têm investido em infraestrutura para receber atletas de diferentes modalidades. Ele ressaltou que o Brasil, apesar de seu potencial, ainda “engatinha” em aspectos de infraestrutura e respeito ao esporte, mas enxerga uma crescente conscientização e valorização das atividades físicas.
Ao encerrar sua apresentação, Petrus incentivou empresários e gestores a investirem na construção de uma “cultura do esporte” nos destinos brasileiros, aproveitando o apelo do turismo esportivo para fomentar o bem-estar e a economia local. Ele também destacou que o esporte é um diferencial competitivo para o Brasil, que possui um cenário natural e cultural ímpar para receber e promover eventos esportivos que impulsionem o setor turístico.
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