O conceito de turismo regenerativo foi destaque no Festuris, maior feira de negócios turísticos da América Latina, realizada em Gramado. Luciana De Lamare, presidente do Instituto Aupaba, trouxe o tema à tona em sua palestra “Turismo Regenerativo: desenhando uma cultura de colaboração e evolução”, defendendo o papel transformador do setor na relação entre o ser humano e o meio ambiente. Segundo Luciana, o turismo pode ser mais do que uma atividade econômica: “O design regenerativo é mais do que uma ideia ou conceito de produto; é uma prática que busca nutrir a relação do ser humano com a natureza e consigo mesmo.”

Luciana argumentou que o desenvolvimento do turismo precisa superar a mera promoção econômica para impulsionar o crescimento territorial nas áreas social, ambiental e de governança. “Hoje, acredito que todos nós podemos impactar o coletivo, independente da função que desempenhamos. O turismo regenerativo nos convida a olhar para além do eu, conectando-se profundamente com o coletivo e o território como um ecossistema vivo”, afirmou, incentivando práticas que favoreçam o impacto sustentável e a conexão com o ambiente local.

Ela enfatizou que o turismo regenerativo exige uma colaboração contínua com o ecossistema, impulsionando mudanças duradouras a partir de ações locais. “Para realmente regenerarmos, precisamos cultivar essa transformação de dentro para fora, evoluindo nossas próprias qualidades e reconhecendo as idiossincrasias que nos fazem únicos e necessários ao processo.”

Luciana também abordou a importância de valorizar cadeias produtivas historicamente marginalizadas pelo turismo tradicional, sublinhando que essa inclusão gera benefícios que ultrapassam os parâmetros do ESG. Citando Daniel Christian Wahl, ela concluiu: “nosso papel não é dar respostas, mas sim fazer perguntas que inspirem reflexões e diálogos profundos”, reforçando a necessidade de explorar as identidades culturais e potencialidades locais com uma visão duradoura.