Belize, na América Central, celebra todo dia 19 de novembro o “Dia do Assentamento Garífuna”, uma homenagem à chegada dos Garinagu ao país, que começou em 1802 e culminou em um marco significativo liderado por Alejo Beni em 1823. A data, reconhecida nacionalmente desde 1977, é comemorada com danças, músicas e rituais que exaltam a rica herança cultural Garífuna.

A celebração, marcada por eventos em cidades como Belize City, Dangriga, Orange Walk, San Ignacio e Hopkins, recria a histórica “Viagem dos Garinagu” ou Yurumein. A jornada retrata o percurso desde São Vicente até Roatán, Honduras, e, finalmente, as costas de Belize. Os participantes remam em barcos, carregando itens como mandioca, plátano e cana-de-açúcar, rememorando os desafios enfrentados por seus ancestrais.

Ao desembarcar, o capitão, representando a figura histórica de Joseph Chatoyer, faz pedidos simbólicos de permissão às autoridades para que o grupo se estabeleça. Após duas negativas, a autorização é concedida na terceira tentativa. Essa encenação reflete a luta e a resiliência do povo Garífuna, destacando figuras históricas como Chatoyer e Beni.

A bandeira preta, branca e amarela, símbolo da herança africana e ameríndia e da busca pela paz, lidera a procissão. Durante o evento, canções históricas e danças embaladas por tambores tradicionais ecoam, culminando em uma missa de ação de graças.

O tema deste ano, “¡Afeduha waméi wagücha, afareinha waméi wanichigu!”, ou “Celebrando nossas raízes; compartilhando nossa cultura”, ressalta a importância de honrar as origens culturais e de transmitir valores e conhecimentos para as futuras gerações.

A comunidade Garífuna contribuiu significativamente para a diversidade cultural e o desenvolvimento de Belize, incluindo avanços na educação e o fortalecimento de movimentos operários, consolidando seu papel na história e no presente do país.