A COP29, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática realizada em Baku, Azerbaijão, registrou um avanço significativo nesta quarta-feira (20), com a adesão de mais de 50 países a uma declaração plurilateral em favor do turismo sustentável. A medida foi anunciada pela ONU, destacando-se como um dos principais resultados alcançados na conferência até o momento.
“Na COP29, alcançamos hoje um marco histórico na agenda da conferência climática, pela primeira vez”, declarou Zoritsa Urosevic, diretora-executiva para turismo da ONU.
A declaração, intitulada Ação Aprimorada sobre Turismo, estabelece que os signatários deverão incluir o turismo em seus planos climáticos nacionais. Isso envolve as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), que são os compromissos oficiais de cada país para a redução de emissões de gases de efeito estufa e devem ser revisados até fevereiro de 2025.
Embora a lista completa dos países participantes não tenha sido divulgada, o compromisso é visto como uma resposta aos impactos ambientais do setor turístico, que contribui com 8,8% das emissões globais de gases do efeito estufa e representa cerca de 3% do PIB global, segundo a ONU.
“O futuro dos nossos negócios depende da sustentabilidade das nossas ações de hoje”, destacou Kanan Gasimov, chefe da agência de Turismo do Azerbaijão, reforçando o papel do setor como motor econômico, especialmente em países emergentes, mas também como uma área vulnerável a eventos climáticos extremos, como furacões e ondas de calor.
Além da assinatura da declaração, a COP29 também foi palco de novas propostas para medir e divulgar dados ambientais do setor turístico. A Aliança de Hospitalidade Sustentável Mundial, que representa 55 mil hotéis, apresentou um mecanismo para monitorar emissões de gases de efeito estufa, consumo de água, uso de energia e geração de rejeitos no setor hoteleiro.
“Os dados coletados podem ajudar o setor e os viajantes a entenderem seus impactos no clima”, afirmou Glenn Mandziuk, presidente da entidade, em Baku. Ele também destacou a importância de um diálogo contínuo sobre áreas onde o turismo pode liderar iniciativas climáticas. “Somos um setor com interesse adquirido na proteção de cada destino”, concluiu.
A inclusão do turismo nos debates climáticos reflete a necessidade de alinhar um setor economicamente relevante às metas de mitigação e adaptação ao clima. O foco na transparência de dados e na inclusão das emissões do turismo em estratégias nacionais é um passo para alinhar o crescimento econômico com a preservação ambiental.
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