Porto de Galinhas (PE) – No primeiro dia de Summit Visit, programação integrante do evento Visit Pernambuco Travel Show, focado em fomentar o turismo da região, a especialista Vaniza Schuler trouxe à tona os impactos do entretenimento no turismo de negócios durante uma palestra que abordou mudanças geracionais, efeitos da pandemia e o crescente conceito de “bleisure” (business + leisure).

O debate destacou a necessidade de adaptar eventos corporativos e serviços turísticos às novas demandas por flexibilidade, experiências imersivas e inclusão. E, para contextualizar o público, Schuler apresentou o perfil das gerações em relação ao trabalho e ao lazer, destacando que ele sofreu transformações significativas.

Baby Boomers priorizavam segurança financeira e trabalho, deixando o lazer em segundo plano; Geração X iniciou o movimento por equilíbrio entre vida pessoal e profissional; Millennials destacam o propósito e experiências significativas em detrimento de bens materiais; Geração Z, por sua vez, busca flexibilidade, integração de lazer no cotidiano e trabalhos alinhados com seus valores. Vale destacar que essas mudanças refletem diretamente na forma como eventos corporativos e viagens de negócios devem ser estruturados.

Segundo Schhuler, a pandemia acelerou transformações importantes no mercado corporativo, popularizando o trabalho remoto e aumentando a busca por bem-estar e responsabilidade social nas empresas. “Hoje, há uma necessidade maior de aproveitar a vida, e isso tem impulsionado a demanda por entretenimento em viagens de negócios”, destacou.

O modelo tradicional de eventos formais dá lugar a formatos mais dinâmicos, que combinam negócios e lazer. “Precisamos integrar momentos de descontração e experiências imersivas para conectar pessoas de forma significativa”, explicou.

Exemplos inovadores como o evento South Summit, realizado em Porto Alegre, demonstram essa tendência. A iniciativa combina coworking, networking e lazer, além de promover a cultura local.

Desafios no turismo de negócios

Apesar das oportunidades, ainda há barreiras que dificultam a evolução do turismo corporativo, segundo a especialista.

Falta de personalização: Viagens de negócios carecem de ofertas que incentivem a permanência no destino e a exploração da cultura local. “Muitas vezes, não há sequer um calendário de eventos para orientar o turista”, apontou a palestrante.

Infraestrutura limitada: A ausência de atividades matinais ou pacotes flexíveis é uma lacuna evidente.

Além disso, a segurança e inclusão, especialmente para mulheres, também precisam ser reforçadas. Sugestões como grupos de caminhada e atividades coletivas pela manhã foram destacadas como soluções práticas.

Para Vaniza, o lazer não é apenas uma pausa do trabalho, mas um elemento-chave para fomentar conexões interpessoais e gerar negócios. “Empresas e destinos turísticos precisam inovar na forma como oferecem experiências, atendendo à necessidade de flexibilidade e criatividade dos profissionais modernos”, frisou.

A palestra deixou uma mensagem clara: é urgente reconhecer o papel econômico do turismo de negócios e criar produtos e serviços que atendam às demandas desse público. “Não se trata apenas de atrair mais turistas, mas de oferecer experiências melhores para aqueles que já estão no destino”, concluiu Vaniza.