Um turismo crescente em um país que tem muito a oferecer. Essa é a descrição que podemos fazer da situação da Coréia do Sul em relação ao Turismo brasileiro atualmente. “É um mercado emergente, ainda no começo, mas todos os números indicam que vai crescer muito. Existe, hoje, um grande interesse dos brasileiros em relação à Coreia. Diria que, neste momento, esse interesse está muito ligado ao ‘Korea Wave’ (Hallyu), ou ‘onda coreana’, que inclui a cultura contemporânea do K-pop, além de uma forte ênfase no bem-estar e na saúde, aspectos que também fazem parte das vertentes do turismo no país”, explicou Lawrence Reinisch, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Capital Marketing.

O fluxo de brasileiros na Coreia do Sul está em crescimento. Em 2023, foram aproximadamente 25 mil turistas oriundos do Brasil. No ano corrente, até o mês de outubro, foram mais de 30 mil visitantes. A expectativa é que esses números aumentem pela diversidade de opções culturais e gastronômicas.

Para desenvolver e estimular ainda mais o mercado brasileiro, a Korea Tourism Organization promoveu eventos em São Paulo com o intuito de apresentar o destino. Nos dias 21 e 24 de novembro – no Hotel Tivoli Mofarrej e Parque Burle Marx, respectivamente -, foram apresentados os principais pontos turísticos do destino, além de danças e comidas típicas coreanas.

“Tenho a grata alegria de dizer que chegamos a dezembro com cerca de 30 mil viajantes brasileiros na Coreia entre janeiro e outubro, superando em mais de 30% o número de visitantes de 2023. Estamos em rota de ultrapassar, muito em breve, o recorde histórico pré-pandêmico”, comemorou Jeff Santos, head de Marketing do Korea Tourism Organization.

A cultura coreana já está inserida na vida de muitos brasileiros, mas poucos conhecem as maravilhas que o país tem a oferecer. Natureza, cultura, templos, patrimônios históricos e um clima bem definido deveriam definir o país asiático como um dos destinos favoritos para brasileiros.

Para visitar o país, é necessário o Visto K-ETA. O documento pode ser solicitado pela internet e a permissão sai em, aproximadamente, 24 horas. Segundo Reinisch, também há uma quantidade grande de voos que chegam em dois aeroportos principais: Incheon International Airport e Jeju International Airport. 

“Hoje em dia, não há voos diretos entre o Brasil e a Coreia, pois não existem aeronaves comerciais com esse alcance. Por isso, todas as viagens requerem conexões. Antigamente, havia operações, como as da VASP, há cerca de 20 ou 30 anos. Hoje, temos opções via companhias do Oriente Médio, como Emirates e Qatar Airways, pela África com a Ethiopian Airlines, e conexões pela Europa e, futuramente, pelos Estados Unidos”, explicou. 

Turismo Internacional

O fluxo internacional é crescente e vai além somente do mercado brasileiro. De janeiro a agosto de 2024, a Coreia do Sul recebeu 10,67 milhões de turistas internacionais, sinalizando uma recuperação significativa do Turismo no país. No primeiro semestre, o número de visitantes alcançou 91% do total registrado no mesmo período de 2019, antes da pandemia. Em 2023, mais de 11,03 milhões de turistas internacionais viajaram ao destino, um crescimento expressivo de 255% em relação aos 3,2 milhões recebidos no ano anterior, evidenciando o forte retorno do setor.

Entre os países que mais visitaram, a China segue sendo a principal fonte, seguida por Japão, Taiwan, Estados Unidos e Hong Kong. Em 2023, cerca de 6 milhões de turistas chineses visitaram o país, com o Japão contribuindo com aproximadamente 3 milhões. Os Estados Unidos e Hong Kong somaram 1 milhão e 700 mil, respectivamente. No primeiro semestre de 2024, a China manteve a liderança com 2,2 milhões de visitantes, seguida pelo Japão, com 1,4 milhão; Taiwan, com 680 mil; e os EUA, com 640 mil.

Esses turistas contribuíram para a economia local. Segundo o relatório de Impacto Econômico (EIR) de 2024 do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), o setor de viagens e turismo sul-coreano cresceu 18,2% em 2023, movimentando cerca de US$ 60 bilhões e criando 76,6 mil novos empregos, elevando o total de trabalhadores para 1,34 milhão. Os gastos dos visitantes internacionais atingiram US$17 bilhões, enquanto o turismo doméstico registrou US$24,37 bilhões.

Embora o valor ainda esteja abaixo dos US$25,46 bilhões registrados em 2019, representa uma recuperação em relação aos US$11,52 bilhões de 2020 e os US$11,43 bilhões de 2021. A receita cresceu continuamente, alcançando US$14,50 bilhões em 2022 e superando esse marco no ano seguinte.

Próximos anos

Com toda essa diversidade cultural e oportunidade de fazer e conhecer muitas facetas do cotidiano e da história coreana, a expectativa é que o número de turistas brasileiros cresça ainda mais. 

“À medida que as pessoas entendem o que é a Coreia, ficar muito fácil de se trabalhar. Você tem uma população que boa parte fala inglês, então não é uma coisa intransponível, não tem uma barreira de linguagem”, explicou o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Capital Marketing. 

Olhando para o futuro, o WTTC prevê que até 2034, o setor de viagens da Coreia aumentará significativamente sua contribuição anual para o PIB para US$950 bilhões, respondendo por quase 5% da economia nacional. Espera-se que o emprego no setor exceda 1,8 milhão de empregos.

Sobre a relação da cultura asiática ser diferente da brasileira, Lawrence Reinisch acredita que isso é um ponto positivo, pela curiosidade dos turistas que querem conhecer novas culturas. 

“É o grande atrativo da cultura ser tão diferente, para mim, é o maior atrativo nas viagens. A diferença de cultura, entender como o ponto de vista se relaciona à vida. Porque a cultura não sente a questão estética que é marcante, mas a cultura também é interpretar como é que você vive a vida em cada local”, finalizou.