A cada temporada de cruzeiros no Brasil, milhares de turistas embarcam em navios para desfrutar de uma experiência em alto-mar. Mas até que ponto esses cruzeiros são seguros e mantêm padrões sanitários adequados? Para responder a essa questão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza inspeções periódicas nas embarcações que operam no Brasil, atribuindo índices de conformidade e pontuações de risco.

Para realizar estas avaliações, a Anvisa utiliza um roteiro de inspeção que verifica diversos aspectos da embarcação, incluindo qualidade da água e dos alimentos, condições sanitárias das instalações, controle de pragas e protocolos de segurança em saúde pública. O índice de conformidade mede a porcentagem de requisitos atendidos pelo navio, enquanto a pontuação de risco reflete a gravidade das não conformidades encontradas.

Vale dizer que, a depender do período de avaliação, os critérios de pontuações são diferentes. Desde a temporada 2018/2019, os padrões foram ajustados da seguinte forma:

  • Padrão A: até 150 pontos (excelentes condições)
  • Padrão B: entre 151 e 300 pontos (condições satisfatórias)
  • Padrão C: entre 301 e 450 pontos (aceitável)
  • Padrão D: acima de 450 pontos (condições insatisfatórias)

O ranking dos navios da temporada 2023/2024

Entre as embarcações avaliadas, algumas se destacam pelo alto padrão de segurança sanitária. Entre elas, está o Costa Pacifica, que obteve 97,96% de conformidade e pontuação de risco 90, alcançando o Padrão A, a mais alta da escala. Entre os mais bem avaliados naviosa da MSC, está o MSC Poesia, que marcou Padrão C em 2018, registrou índice de conformidade de 98,40% e pontuação de risco 80, classificando como Padrão A em sua mais recente avaliação. O MSC Grandiosa e o MSC Splendida atingiram 97,50% e 98,92% de conformidade, 125 e 45 pontos de risco, respectivamente, ambos garantindo Padrão A em 2023.

Entre os que receberam avaliações satisfatórias, está o Costa Favolosa, que recebeu avaliação excelente (Padrão A) em 2014, mas decaiu para o Padrão B, com 96,90% de conformidade e 155 pontos de risco. Já o MSC Orchestra, chegou a ser avaliado como Padrão B em 2007 e, após avaliação de 2016, atingiu o Padrão A. No entanto, em sua última inspeção, realizada em 2018, marcou 96,30% de conformidade, 185 pontos de risco, voltando ao Padrão B. O MSC Seaview, por sua vez, passou de Padrão C em 2018 para Padrão A em 2019, porém registrou 96,40% de conformidade e 175 pontos de risco em 2023, classificando como Padrão B.

Por outro lado, algumas embarcações apresentaram padrões bastante inferiores. O Costa Diadema recebeu uma classificação mediana, com índice de conformidade de 92,90% e pontuação de risco 213, enquadrando-se no Padrão C. O MSC Armonia, que em 2011 obteve apenas 87% de conformidade e uma pontuação de risco alarmante de 745 (Padrão D), melhorou sua avaliação para 99% e apenas 30 pontos em 2012, alcançando o Padrão A. No entanto, em 2024, voltou a cair para o Padrão D, com 90,90% de conformidade e 450 pontos de risco.

Cruzeiros são seguros?

Apesar das variações nas inspeções sanitárias, a indústria de cruzeiros segue protocolos rigorosos de segurança. Levantamento recente da Cruise Lines International Association (Clia), revela que a taxa de incidentes graves em cruzeiros é de apenas 0,000006%, tornando-os uma das formas de viagem mais seguras. Além disso, todas as embarcações contam com procedimentos de emergência, planos de evacuação e tripulações treinadas para lidar com situações adversas.

Os passageiros também podem tomar medidas para garantir uma experiência segura, como seguir as orientações de higiene a bordo e participar dos exercícios obrigatórios de segurança.

Para quem está planejando uma viagem de cruzeiro, consultar as avaliações da Anvisa pode ser uma ferramenta útil para escolher os cruzeiros mais seguros em termos de higiene e segurança. Para conferir a tabela completa de embarcações que já foram inspecionadas pela Anvisa, acesse este link.