Durante o Famtour de turismo para base comunitária realizado pela Poranduba Amazônia, em parceria com a Once Travel Network, neste domingo (16), os operadores de viagens foram até a aldeia indígena Tatuyo para conhecer a Maloca do Tuchaua Pinot e a cultura, as histórias e os costumes dos indígenas que lá vivem. São aproximadamente 35 famílias na comunidade.
O cacique Pinõ Tatuyo é o chefe da tribo. Ele também foi responsável pela apresentação das tradições e das danças. “Como eu disse, aqui é o nosso templo, o nosso espaço religioso. É onde colocamos o nome dos nossos filhos que estão nascendo e onde curamos as pessoas que estão doentes. Aqui nós fazemos remédios. Por isso, essa maloca tem a energia do bem e do mal.”
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Cacique Pinõ Tatuyo. Foto: Rafael Destro
Dentre as histórias contadas, é fácil perceber que eles mantém os costumes dos antepassados, mas também alguns se perderam na modernidade, seja para se adaptar ao mundo novo ou até as leis. “raptar” a mulher – como diz o cacique – era a forma como os casamentos eram arranjados na tribo antigamente hoje as indígenas já podem fazer sua escolha de acordo com a preferência. Outro fato que o Pinot contou foi que ele não comemorava data de aniversário.
“Antigamente, podia raptar, roubar, levar à força. Se a mulher era solteira, isso acontecia. Para nós, na época, não era visto como um problema, porque era costume. Mas agora, as coisas mudaram, porque tem lei. Hoje, ninguém pode raptar, agarrar à força ou levar contra a vontade. Se a menina menstrua com 8, 9 anos, ainda é menor de idade. E agora a gente respeita isso. Ninguém pode levar à força. Tem que esperar. Pode ter alguém interessado, querendo namorar, mas ele vai respeitar até ela completar 18 anos. Aqui, 18 anos”, explicou e continou, “nós não tínhamos data de nascimento, isso nunca existiu para nós. Mas agora, sim. Quando vocês chegaram, ensinaram. Vocês mostraram como funciona o calendário, os dias da semana, os meses, os anos, e agora a gente acompanha. Antigamente, não tinha. Até eu não sei a minha data de nascimento, não conheço. Nem meu pai, nem minha mãe, ninguém. Mas os nossos filhos, sim, agora eles têm”, completou Pinõ.
Outro fato interessante é que grande parte dos nomes indígenas tem relações com animais ou grandes entidades. Por exemplo, Pinõ quer dizer Sucuri e Jurupari (uma das danças apresentadas) significa espírito muito poderoso.
Sobre as danças, o cacique apresentou quatro e cada uma representa uma etapa da vida para homens ou mulheres. Jurupari é a primeira dança e realizada durante o batismo dos homens, quando são crianças tomam chicotadas para crescerem e serem respeitados.
Mauaco é a segunda dança, o momento é quando o genro chega a casa do sogro com muita comida. Segundo a tradição, a partir do momento do casamento, a mulher só pode encontrar sua família após o primogênito.
A terceira dança foi a Capivaja, que celebra a menstruação da mulher. A partir desse momento ela é considerada mulher, mas como dito anteriormente e reforçado pelo cacique Pinot, atualmente elas são pedidas em namoro quando completam 18 anos. E a última dança, onde os operadores foram convidados pelos índios a se juntarem a eles , é a Kariçú, que representa a formatura ou encerramento.
Depois das apresentações, os operadores de viagens tiveram tempo para comprar artesanato feito pelas famílias que moram na tribo e pintar o rosto. De acordo com a crença, pintar o rosto traz proteção. Outra curiosidade é que a pintura de crianças e adultos são diferentes.
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