Manaus (AM) – Nesta quarta-feira (19), operadores de viagens retornam para suas cidades – ou não- agora que terminou o Famtour de Turismo de Base comunitária no Amazonas, organizado pela Poranduba Amazônia, em parceria com a Once Travel Network. Foram cinco dias de experiências na Floresta Amazônica, nas comunidades ribeirinhas com banhos de rio e conhecimento de novas culturas indígenas.
Bruno Mangolini, CEO da Poranduba, acredita que o tempo do Famtour foi bem proveitoso. “Pelo que senti, o grupo gostou bastante do que conheceu. Acho que conseguimos mostrar o acolhimento da comunidade e um pouco da estrutura boa que temos, especialmente na hospedagem e na alimentação, que é um ponto muito especial dos nossos roteiros. Além disso, acredito que os passeios foram bem aproveitados, permitindo que todos vivenciassem a experiência por completo. A ideia era essa: que eles pudessem sentir confiança para repassar essa história e apresentar a quem busca experiências autênticas e viagens fora do convencional.”
Na terça-feira (18), os operadores de viagens aproveitaram para conhecer duas praias que estão no roteiro de viagem da Poranduba, a praia do Iluminado e a Praia Alta.
A praia do Iluminado é uma faixa de terra no Rio Negro ao lado do Igarapé Tumbira. Ela só está disponível de setembro a março, no resto do ano ela fica submersa pelo rio. Já a Praia Alta, como o nome diz, está mais alta e, portanto, os turistas podem usufruir o ano inteiro. Ela tem uma estrutura com mesas e um chalé, onde é possível passar a noite. O maior destaque da praia é o caminho até chegar nela, passando por um caminho tortuoso com cipós e árvores meio submersas, formando uma bela imagem refletindo a Floresta Amazônica na água do Igarapé.
Rhayner Souza, presidente da Once Travel Network, comentou como foi a primeira recepção dos operadores de viagens antes de conhecer as belezas do Amazonas. “Inicialmente, havia muita expectativa, mas também desconfiança, porque, de certa forma, as informações que chegam sobre o turismo de base comunitária nem sempre são positivas. Muitos imaginam que a infraestrutura é precária e que os moradores não estão preparados para receber turistas. Mas o impacto que tiveram aqui foi muito positivo. Não foi apenas pelas experiências e atividades, mas também pela conexão com a comunidade. Foram vários fatores que se somaram e encantaram a todos — não só a beleza do Amazonas, mas, principalmente, as pessoas. O carinho com que fomos recebidos aqui faz toda a diferença.”
Diferentemente do que pensam, o turismo de base comunitária no Amazonas está com uma estrutura robusta, chalés com ar-condicionado, barcos para locomoção, restaurantes com comidas caseiras e típicas, tudo isso se soma a beleza do lugar.
Inclusive, nesta quarta-feira, foi feita a visita as comunidades de Santa Helena do Inglês e do Saracá. Os dois lugares demonstram ter infraestrutura para receber turistas de todos os lugares do mundo. Em Saracá, uma pousada recebeu somente visitantes gringos através da plataforma Booking.com. Os próprios brasileiros estão perdendo a oportunidade de conhecer e aproveitar esse cantinho do Brasil.
Agora que encerrou a viagem, é oportunidade de os operadores voltarem para casa e transformarem o que visualizaram em oportunidades. “Os próximos passos envolvem uma aproximação mais intensa com os operadores, oferecendo todo o suporte necessário em termos de informações, capacitação da equipe de vendas e estratégias de mercado. Além de preparar a equipe comercial, é fundamental estruturar a divulgação e dar suporte contínuo para esses parceiros. Agora, entra a fase mais importante: garantir que eles não apenas conheçam e se sensibilizem com o destino, mas também enxerguem a viabilidade de tornar esse produto altamente vendável”, explicou Sousa.
O presidente da Once Travel Network também acredita que o Turismo é um agente modificador de vidas e que tem uma responsabilidade social muito grande. “Sinto que há uma necessidade crescente de que o turismo tenha mais propósito, mais alma. Não pode ser apenas uma viagem, é preciso oferecer algo além. Esse tema tem sido amplamente discutido no período pós-pandemia, e vejo que o turismo de base comunitária é uma tendência muito forte. No entanto, o mercado brasileiro ainda carece de mais informações sobre esse modelo”, finalizou.
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