A inserção da Geração Z na gestão de eventos foi tema de debate no Lacte 20, evento promovido pela Alagev em São Paulo. Durante o painel, Luana Cappellazzo, analista de Projetos de Eventos da Bayer, e Pedro Peixoto, coordenador de Eventos do Grupo Amil, ambos integrantes da Geração Z, compartilharam suas percepções sobre os desafios e as mudanças que a nova geração traz para o setor.
A realidade do mercado de eventos, marcada por alta demanda e pressão constante, exige uma reflexão sobre a forma como as novas lideranças estão sendo formadas. Para Luana, é necessário repensar a trajetória profissional dentro do setor. “É um trabalho que exige bastante, mas a frase (para trabalhar com eventos precisa gostar) vem em um sentido negativo, com um peso, e isso nos faz questionar o porquê. Isso faz a gente questionar a carreira em eventos. É só um meio, não um fim?”, provocou.
Com um perfil mais tecnológico e questionador, os novos gestores têm contribuído para mudanças estruturais. Segundo o Freeman 2024 Event Organizer Trends Report, a Geração Z já superou os baby boomers no mercado de trabalho e, até 2030, representará 35% da força de trabalho, ficando atrás apenas dos millennials, com 40%.
A transição geracional também levanta a necessidade de formação contínua e retenção de talentos. “Sabemos que o setor de eventos é muito corrido. Às vezes, temos muita pressão, mas, se não pararmos hoje e encontrarmos tempo para formarmos a nossa geração, não vamos superar o problema da falta de mão de obra qualificada no setor”, destacou Luana.
Pedro Peixoto reforçou a urgência da capacitação. Para ele, a sustentabilidade do setor depende da renovação de profissionais. “Se queremos sustentabilidade no setor, como vamos falar de eventos no amanhã sem formar novos gestores de eventos hoje? A gente não sabe se teremos profissionais de eventos amanhã”, alertou.
Outro ponto levantado no debate durante o Lacte 20 foi o papel das lideranças no desenvolvimento dos novos talentos. Para Peixoto, uma boa liderança precisa investir na formação de sucessores. “Se você não está formando novos gestores, você não está sendo uma boa liderança. Se aprendi a amar eventos, foi muito por conta de uma boa liderança”, afirmou.
Entre as características que a Geração Z agrega ao setor, Luana destacou a facilidade com tecnologia, a busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a abertura à inovação e a disposição para questionar e entender processos. Para Peixoto, a conexão entre líderes e equipes é essencial para que esse potencial seja aproveitado. “Os três pilares para isso são propósito, experiência e conexão”, concluiu.
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