O setor de viagens corporativas iniciou 2025 com desempenho positivo e números recordes. Segundo dados do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), conduzido pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV), as empresas brasileiras movimentaram cerca de R$ 8,1 bilhões em serviços ligados ao turismo de negócios no mês de janeiro, o que representa um crescimento de 6,1% em comparação ao mesmo período de 2024.
O avanço chama atenção por ter ocorrido em um mês tradicionalmente marcado por uma menor intensidade na agenda corporativa, com redução no número de eventos, congressos e encontros comerciais. Mesmo assim, os dados refletem um ambiente favorável ao investimento em viagens de negócios, impulsionado por uma economia em expansão e por preços mais altos em segmentos estratégicos, como transporte aéreo e hospedagem.
No transporte aéreo, por exemplo, os preços subiram 10,42% em janeiro em relação a dezembro de 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no acumulado de 12 meses, a alta foi de 1,33%. Na hotelaria, o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) registrou reajustes reais médios em torno de 10% nos preços praticados em janeiro, em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Mesmo com a pressão inflacionária, a boa fase da economia brasileira tem garantido um fôlego adicional para o setor. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%, superando as projeções iniciais de 2%. Embora a elevação da taxa básica de juros (Selic) tenha ocorrido ao longo do último ano, seus impactos sobre o consumo ainda não se materializaram de forma significativa, permitindo que os resultados positivos continuem no início de 2025.
Para a diretora-executiva da ALAGEV, Luana Nogueira, os números reforçam a força e a consistência do setor. “O setor de viagens corporativas começa o ano mantendo o ritmo positivo com que encerrou 2024, reafirmando sua força e resiliência. Mesmo diante de um cenário desafiador, com variáveis econômicas e ajustes no mercado, as empresas seguem investindo em deslocamentos estratégicos, reforçando a importância das conexões presenciais para o crescimento dos negócios”, afirma.
A tendência é que, com a retomada plena das agendas corporativas nos próximos meses, os resultados permaneçam em alta, consolidando o bom momento vivido pelas viagens de negócios no Brasil.