São Paulo (SP) – O destino caribenho de Curaçao segue em plena expansão no mercado brasileiro. Após saltar de 8 mil visitantes antes da pandemia para 42 mil em 2024, a expectativa para 2025 é ultrapassar a marca dos 50 mil turistas brasileiros.
Com voos diretos da Azul saindo de Confins e conexões via Copa Airlines e Avianca, além de investimentos contínuos em capacitação do trade e na diversificação da experiência turística, a ilha se firma como um dos principais destinos do Caribe entre os brasileiros.
“O crescimento foi muito além do que imaginávamos. Curaçao passou de um destino nichado para se tornar altamente desejado — e, mais importante, recomendado pelos próprios viajantes. O Brasil é hoje o nosso terceiro maior mercado internacional, atrás apenas de Holanda e Colômbia, mas estamos muito próximos de ultrapassar os colombianos”, explica Vinicius Dantas, executivo de Contas internacional do destino no Brasil.
O boom brasileiro em Curaçao começou ainda durante a pandemia, com influenciadores e celebridades visitando a ilha de forma orgânica. Paralelamente, a dificuldade para obter visto em destinos como Cancún impulsionou o interesse dos agentes de viagens por novas opções caribenhas — e Curaçao surgiu como alternativa segura, estruturada e com atrativos únicos.
A malha aérea também foi determinante. Em 2023, a Azul passou a operar voos diretos semanais saindo de Confins. Hoje, são quatro frequências por semana, com ocupação elevada. “Só entre janeiro e abril de 2025, já recebemos 11 mil brasileiros. A tendência é de que atinjamos — e superemos — os 50 mil até dezembro com tranquilidade”, diz Dantas.
Com o aumento da demanda, a ilha também precisou se adaptar. Historicamente voltada para o mercado europeu, especialmente o holandês, Curaçao tinha uma hotelaria menos familiarizada com as preferências dos latino-americanos. Entre os ajustes promovidos nos últimos anos estão a inclusão de café da manhã nos hotéis, a melhoria na oferta de serviços como housekeeping, receptivos e assistência multilíngue, e a abertura da ilha a mão de obra estrangeira, para atender com mais eficiência os visitantes.
“Fizemos mudanças rápidas para não perder a reputação. O brasileiro valoriza atendimento, conforto, hospitalidade, e hoje os hotéis estão preparados para isso”, afirma Dantas.
Diferente de muitos destinos caribenhos, Curaçao não é um destino de resort all inclusive tradicional. Pelo contrário, a proposta é que o turista explore a ilha, vivencie diferentes culturas — são mais de 50 nacionalidades — e mergulhe em experiências que vão da gastronomia internacional à arte urbana e à história colonial.
“Curaçao é vibrante, calorosa, tem praias incríveis, mas também tem museus, gastronomia, ruazinhas históricas, grafites, compras e trilhas. O brasileiro chega esperando o mar azul-turquesa e sai encantado com o que viveu além dele”, reforça Dantas.
Hoje, o tempo médio de permanência do brasileiro varia de 5 a 7 dias, com um tíquete médio de US$ 100 por dia — o maior entre os mercados internacionais da ilha.
Treinamentos e suporte ao trade sobre Curaçao
Com 38% das vendas no Brasil feitas por agências de viagens, o trade segue como pilar central da estratégia de Curaçao no país. Em 2024, foram mais de 2 mil agentes capacitados, e a expectativa é manter ou superar esse número em 2025, com ações presenciais, online e materiais dedicados.
A estrutura inclui:
- Célula de suporte via Telegram com hotéis participantes
- Atendimento via WhatsApp full time para agentes
- Eventos segmentados, como os realizados com agências especializadas em casamentos
- Roadshows e capacitações em estados estratégicos, como Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul
“Curaçao não é elitizada, mas exige um perfil de viajante que valoriza a experiência. Por isso, focamos em agências que trabalham com público qualificado, seja num hotel três, quatro ou cinco estrelas”, reforça Dantas.
A ilha também tem investido no nicho de destination weddings, promovendo capacitações específicas para cerimonialistas e agências focadas nesse segmento, com apresentação da infraestrutura local, fornecedores e serviços de audiovisual.