São Paulo (SP) – Durante a WTM Latin America 2025, feira de turismo realizada entre os dias 14 e 16 de abril, no Expo Center Norte, a Universal Assistance apresentou ao mercado suas principais estratégias de crescimento e relacionamento com o trade. A empresa, especializada em seguro viagem, traçou um plano ambicioso para o ano: crescer 60% até dezembro. Para alcançar esse objetivo, aposta em campanhas promocionais, capacitação dos agentes, melhorias tecnológicas e ampliação dos canais de distribuição.
“O desafio para 2025 é recuperar os passos que tínhamos e, a partir daí, crescer e ganhar mais market share”, explica Maurício Amaral, CEO da Universal Assistance no Brasil. Segundo ele, o desempenho no primeiro trimestre foi positivo, dentro do previsto, mas o segundo semestre será ainda mais exigente. “Nosso negócio é um leão por dia. Como não é uma venda recorrente, estamos desenvolvendo diversas ações para garantir o resultado lá na frente”, completou.
A retomada passa também por uma mudança de foco. Segundo Amaral, a Universal quer se aproximar dos agentes de pequeno e médio porte. “Nos últimos anos, a companhia olhou muito mais para os grandes parceiros. Agora, queremos que todos conheçam a empresa e vivam o nosso dia a dia. O agente de viagem é nosso ponto de venda”, salienta.
Como forma de impulsionar as vendas imediatas, a Universal lançou neste mês a campanha “2 para 1”, em que dois passageiros podem ser segurados pelo preço de um. Fabrizio Cavallini, gerente comercial da empresa, destaca que esse tipo de ação é fundamental para gerar tração no setor.
“O seguro viagem é geralmente o último item que o cliente compra. Com essa promoção, o agente tem a oportunidade de antecipar a venda, mostrar a vantagem para o viajante e ainda rentabilizar melhor. Hoje, não há produto no mercado que pague tanta comissão para a agência quanto o seguro viagem”, afirma Cavallini.
Ainda segundo ele, outras novidades estão por vir, incluindo uma nova campanha gamificada com lançamento previsto para maio. A ação envolverá premiação, engajamento e treinamentos para aproximar ainda mais os agentes da empresa. “Queremos que o agente conheça nossa história, entenda nosso funcionamento e veja o valor do seguro. Eles vão pontuar por meio de jogos e poderão trocar esses pontos por prêmios.”
Ferramentas mais inteligentes
No campo tecnológico, a Universal prepara uma série de atualizações em sua plataforma. A ideia é tornar a experiência do agente mais fluida e intuitiva. Amaral explica que as novidades incluem lembretes de pendências, acesso facilitado a campanhas ativas e um histórico detalhado de clientes.
“A plataforma está se transformando quase numa secretária eletrônica. Ela vai lembrar o agente de tudo o que precisa ser feito e vai oferecer, inclusive, sugestões de upgrade com base no perfil do passageiro”, revela.
A proposta é dar mais autonomia ao agente de viagem, inclusive na precificação e nas estratégias de venda. “O agente vai poder decidir se dá um desconto, se cobra um pouco a mais. Estamos dando esse poder a ele. É um modelo que vem de mercados mais maduros”, comenta Cavallini.
O sistema também permitirá identificar o comportamento anterior do passageiro e sugerir produtos mais adequados. “Se o cliente já comprou conosco antes, o sistema indica o que ele costuma adquirir, e isso evita que o agente ofereça algo incompatível. Ajuda na fidelização e melhora a qualidade da venda”, completa o gerente.
Expansão da rede e novas parcerias
Além das agências de turismo, a Universal está fortalecendo sua atuação em outros canais, como bancos, operadoras de telefonia, corretores e seguradoras. “A gente não está apostando só no trade, mas também em parcerias estratégicas. Para crescer 60% num mercado que cresce 7% ou 8%, precisamos olhar para todos os lados”, destaca Amaral.
Outro ponto importante é a presença da marca em eventos. A Universal tem priorizado ações mais segmentadas em vez de grandes feiras. “Estamos investindo em eventos menores, mais próximos do agente. Vamos para Recife, Salvador, reunimos três ou quatro agências e trocamos ideia. O retorno é muito maior do que montar um grande estande”, observa o CEO.
Mesmo assim, participações institucionais seguem no radar da Universal Assistance. “A gente entende a importância de estar nesses eventos e feiras, mas nosso foco está em gerar relacionamento e resultado com quem está na ponta”, completa Cavallini.
Novos produtos e olhar humanizado
Durante a WTM, a empresa também revelou uma novidade que será incorporada ao portfólio em maio: o Parentales, um serviço de apoio psicológico para viajantes que enfrentam situações delicadas, especialmente aqueles que viajam com crianças. “É uma linha de suporte emocional, com psicólogos preparados para orientar em momentos difíceis. É algo que ninguém oferece e estamos lançando agora”, disse Amaral.
Ele reforça ainda o compromisso da Universal em ser mais do que uma empresa de assistência. “Nós somos uma operadora de seguro, com capital aberto na Suíça. Isso nos permite dar tranquilidade ao cliente. A diferença é que, enquanto alguns estão aqui hoje e podem desaparecer amanhã, nós estaremos sempre no mesmo lugar”, acrescenta.
Cultura de seguro ainda é desafio
Apesar dos avanços, a cultura do seguro viagem ainda é um ponto sensível no Brasil. “A pandemia deu um pico na demanda, mas depois disso houve uma queda. Hoje, falta mais oferta do que procura. O agente muitas vezes não sabe apresentar o produto, e aí acaba não oferecendo”, lamenta Amaral.
Cavallini concorda e reforça a importância da conscientização. “Quando o passageiro entende a cobertura e os benefícios, ele paga. O agente precisa entender que, na hora do problema, quem o cliente vai procurar é ele. Portanto, é melhor estar preparado”, reforça.
Em termos de perfil, a Universal observou uma mudança no mix de vendas: o seguro nacional cresceu e o internacional recuou. “Antes, 70% das vendas eram para viagens internacionais. Hoje, esse número caiu drasticamente por causa do dólar e do aumento de viagens rodoviárias em grupo. E os ADVPs também mudaram: compram com muito menos antecedência, às vezes com cinco dias”, afirma Amaral.
Apesar das incertezas políticas e econômicas, o otimismo segue guiando a Universal Assistance. “O Brasil é um país continental, com muita oportunidade. Não dá para inventar a roda, mas dá para aproveitar melhor o que já existe”, conclui o CEO.