A Voepass protocolou, na terça-feira (22), um pedido de recuperação judicial e de concessão de liminares junto à Justiça do interior de São Paulo. A companhia aérea brasileira atribui sua atual crise financeira ao grupo chileno Latam, parceiro comercial por meio de um contrato de codeshare, segundo documentos obtidos pela agência Reuters.
No pedido, a Voepass informa uma dívida total de R$ 209,2 milhões, sendo R$ 162,2 milhões referentes a credores quirografários. A empresa alega que a Latam “exerceu elevado poder de ingerência no âmbito da relação comercial existente entre as partes, além de inadimplir relevantes obrigações pecuniárias, tomando decisões negociais igualmente relevantes e deletérias”.
A crise teria se agravado após o acidente envolvendo uma aeronave da Voepass em agosto de 2023, no interior de São Paulo. De acordo com a companhia, a Latam suspendeu unilateralmente as atividades de quatro dos dez aviões turboélice da frota, utilizados exclusivamente nas operações conjuntas.
Ainda segundo a Voepass, a parceira chilena estaria “retendo ilegalmente” valores relacionados aos custos fixos das aeronaves paradas, o que teria acentuado as dificuldades financeiras da empresa. A disputa entre as duas companhias já está sendo tratada por meio de um processo de arbitragem.
No pedido de recuperação judicial, a Voepass também requer a manutenção de seus slots de pouso e decolagem, além de 120 dias de suspensão de ações e execuções judiciais. A empresa solicitou ainda o prazo de 60 dias para a apresentação de seu plano de reestruturação.