por Flávia Coradi
Nos últimos meses, o turismo brasileiro assistiu ao colapso de mais uma operadora nacional. Mais do que o fim de uma marca, o que se escancara é a repetição de um padrão alarmante: a fragilidade estrutural do setor e o abandono histórico dos agentes de viagens.
Quando uma operadora quebra, não é só uma empresa que desmorona: fornecedores ficam sem receber; serviços são cancelados; passageiros ficam sem embarcar; e, o mais grave, os agentes que confiaram, venderam e intermediaram com ética são arrastados para o centro da crise, mesmo sem culpa direta.
E a conta? Sempre recai sobre quem está na linha de frente: o agente de viagens.
Enquanto isso, seguimos com pouca regulação, promessas comerciais ilusórias e ausência de garantias mínimas. Estandes glamourosos, influenciadores pagos e campanhas de marketing agressivo continuam mascarando a real instabilidade do setor.
O Código de Defesa do Consumidor é claro: há responsabilidade solidária. O consumidor pode acionar qualquer empresa da cadeia — e o agente, infelizmente, costuma ser o primeiro a ser cobrado.
Este é um chamado à consciência e à ação.
Eu, Flávia Coradi, não silencio. A Protur está na linha de frente, defendendo com exclusividade o agente de viagens, com informação, posicionamento e coragem.
Para realmente transformar a estrutura atual, pedimos publicidade e transparência financeira de todos os fornecedores, especialmente das operadoras, com a divulgação de seus balanços e demonstrativos de resultados anualmente. E, até mesmo para aquelas empresas de maior porte, auditorias independentes e periódicas, semelhantes ao que ocorre com as empresas listadas em bolsa de valores. Este é o caminho para garantir que a história não se repita e para proteger todos os envolvidos na indústria do Turismo.
Não podemos esperar o próximo colapso. O mercado precisa agir agora!