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Operadoras suspendem passeios de camelo no Egito; entenda

Mais de 45 empresas de turismo deixaram de oferecer a experiência nos arredores das pirâmides de Gizé após denúncias de maus-tratos aos animais

Uma campanha conduzida pela organização People for the Ethical Treatment of Animals (Peta) levou dezenas de operadoras de turismo a retirarem os passeios de camelo de seus roteiros no Egito. A entidade denuncia que os animais estariam sendo explorados em condições inadequadas nas proximidades das pirâmides de Gizé, sob altas temperaturas e sem acesso regular a alimentação, sombra ou cuidados veterinários.

Entre as empresas que interromperam a atividade estão marcas do The Travel Corporation, como Trafalgar e Contiki, além de nomes como Abercrombie & Kent, AdventureWomen, Flash Pack, Airbnb Experiences e ToursByLocals.

A investigação da Peta teve início em 2019, após denúncias recorrentes de turistas. Na ocasião, a organização suspendeu temporariamente a campanha após promessa do governo egípcio de proibir os passeios. No entanto, segundo a entidade, o compromisso não foi cumprido até hoje.

Algumas operadoras já haviam excluído os passeios antes da retomada da campanha. A Abercrombie & Kent, por exemplo, deixou de oferecer a experiência em 2023, substituindo-a por acesso exclusivo a áreas restritas da Esfinge, em roteiros como Pharaohs and Pyramids e Egypt and the Nile. “Estar aos pés da Esfinge é uma experiência ainda mais icônica e memorável para os viajantes”, declarou Jean Fawcett, porta-voz da empresa.

A Intrepid Travel seguiu caminho semelhante, retirando os passeios de sua programação no Egito em 2024 após avaliação negativa de um gestor e preocupações com o bem-estar animal. A experiência foi substituída por refeição em restaurante local e visita a mirante panorâmico.

“Viajar com responsabilidade é mais do que manter o status quo. É fazer o que é certo”, afirmou Leigh Barnes, presidente das Américas da Intrepid.

Pressão internacional e resposta local

Apesar da falta de resposta oficial do governo egípcio à Peta, o Ministério do Turismo lançou, em outubro de 2024, um programa de bem-estar animal voltado a sítios arqueológicos. A iniciativa inclui vacinação, atendimento veterinário e capacitação gratuita para proprietários de camelos.

Mesmo assim, a Petacontinua pressionando por uma proibição total do uso de camelos e cavalos em áreas turísticas como Gizé. Mais de 46 mil pessoas já enviaram e-mails a autoridades egípcias apoiando a proposta, segundo a organização.

Lisa Chen, CEO da ToursByLocals, reforçou que o papel das empresas é educar guias e consumidores. “Nosso compromisso é promover um turismo responsável, que respeite o bem-estar animal e alinhe-se às expectativas éticas dos viajantes”, explicou.

O movimento contra o uso de animais em atividades turísticas vem ganhando força globalmente. Ao longo da última década, operadoras deixaram de oferecer atrações como passeios de elefante na Ásia ou nado com golfinhos em cativeiro.

Segundo Cameron Harsh, diretor de programas da World Animal Protection, a mudança de postura das operadoras diante do caso no Egito reflete um avanço. “Estamos diante de um movimento crescente por um turismo sustentável, baseado em soluções e mais sensível ao bem-estar dos animais”, concluiu.

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Kamilla Alves
Kamilla Alves
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