São Paulo (SP) – Na noite desta sexta-feira (9), a Velle Representações comemorou uma década de atuação com uma festa no Abaru Bar, no centro da capital paulista. Fundada em 2014, a empresa consolidou-se como referência na representação de cruzeiros fluviais e iates, e hoje contabiliza 19 marcas em seu portfólio.
“Completar 10 anos representa muita coisa para mim. Eu cresci junto com a minha empresa”, declarou Ricardo Alves, diretor executivo da Velle Representações, em entrevista ao Brasilturis. “Eu já tinha minha agência, que este ano completa 38 anos, mas a Velle me trouxe uma nova visão. Eu não esperava chegar até aqui, principalmente depois de tantos desafios e, principalmente, a pandemia. Estou muito satisfeito. Hoje tenho certeza de que faço o que amo”, comemora.
Segundo Alves, o trabalho com marketing e desenvolvimento de mercado permitiu uma nova compreensão sobre o papel da representação. “Temos que pensar em como colocar o produto na cabeça do cliente final. No fim das contas, é ele quem compra”, explica. “A Velle me completou nesse sentido. Trouxe para minha rotina uma perspectiva diferente da que eu tinha como agente de viagens”, salienta.
Alves destaca ainda que, ao longo da década, a empresa passou por diversas adaptações, sempre buscando atender às demandas do mercado com flexibilidade. “Vivemos nos adaptando. O produto fluvial, que é a nossa especialidade, exige etapas para conquistar o mercado. E agora também trabalhamos com iates. Cada dia é um aprendizado”, pontua.
Para o executivo, essa capacidade de se ajustar tem sido fortalecida pela equipe. “A troca constante de ideias é parte da nossa rotina. Estamos sempre discutindo o modelo, questionando o que pode ser feito diferente. Não existe mais fórmula pronta para o sucesso”, reforça.
Uma década de sucesso
Atualmente, a Velle representa 19 marcas — começou com seis, exclusivamente de cruzeiros fluviais. Entre as novas categorias estão também iates e navios de pequeno porte. “A Scenic Luxury Cruises, Emerald Cruises, Atlas Ocean Voyages e a Swan Hellenic são o que eu considero iates, por terem menos de 200 leitos”, exemplificou. “Já marcas como Explora Journeis, Oceania Cruises, Regent Seven Seas e Crystal Cruises entram na categoria de small ships”, explica.
Segundo Alves, o crescimento foi motivado pela demanda dos próprios agentes e clientes. “Não conseguimos ser referência no fluvial e não ser demandado para outros nichos. Quando lançaram o Eclipse, da Scenic, com 200 leitos, eu tive dificuldade de vender por falta de disponibilidade. Concluímos que era necessário buscar alternativas de padrão semelhante para atender à expectativa do cliente”, conta.
Importância do trade
Questionado sobre o papel do trade para o desenvolvimento da Velle, o executivo foi direto: “O trade é fundamental. Por mais que se diga que o agente ou operador vai sumir por causa das ferramentas digitais, a verdade é que, quando você precisa montar uma viagem para um lugar desconhecido, um especialista é imprescindível”, afirma. “Você tem uma informação mais precisa, mais confiável. Isso faz diferença na experiência final do cliente”, salienta.
Desde o primeiro ano, a empresa participa de feiras do setor — não apenas as de luxo, mas também as generalistas — como estratégia para manter a proximidade com os agentes. “No começo, a verba era limitada. Escolhiamos com muito critério. Mas, ano após ano, surgem novos eventos e sempre damos um jeito de estar presente”, comenta Alves.
Ele reforça que o trabalho do trade deve ir além do famtour. “Conhecer um produto é entender para onde ele leva, quais as características do destino. É estudar. Eu não conheço o mundo inteiro, mas vendo o mundo inteiro. E para isso, preciso me preparar, entender a melhor época para ir, clima, cultura, tudo”, explica o executivo.
Durante a entrevista, Alves também comentou o crescimento da empresa, que registrou alta de 60% nos embarques, e o papel do evento Inspira Velle, realizado anualmente durante a Festuris. “É um evento pensado para mostrar ao agente de viagens o que é uma experiência fluvial. Começamos com seis marcas, todas toparam participar e foi um sucesso”, conta o diretor executivo.
O formato diferenciado do evento — sem apresentações com slides, baseado em depoimentos e experiências — tem, segundo ele, conquistado os participantes. “Falamos sobre conceito, roteiro, para quem vender, quando vender. Os agentes e as marcas valorizam isso. O evento já está na terceira edição e deve virar tradição”, revela.
Sobre o futuro, Ricardo Alves encerrou com uma meta clara: “Quero que a Velle seja uma empresa referência, não só em venda de produto, mas também como lugar onde as pessoas sonham em trabalhar”, finaliza.
