Durante a 5ª Convenção Internacional de Vendas da MSC, realizada a bordo do MSC Seashore, Vivi Martins, CEO da Academia de Viagens Corporativas, apresentou um panorama instigante sobre o universo Mice, seu crescimento contínuo e as possibilidades que o segmento oferece para o trade turístico, inclusive com a realização de eventos em navios.
“Estamos falando de uma boa e gorda fatia da pizza do turismo”, afirmou Vivi, em alusão à participação robusta das viagens a negócios dentro do setor. A profissional explicou que, entre os segmentos que compõem o Turismo, o Mice ainda é pouco compreendido por muitos agentes e operadores que atuam majoritariamente com lazer, mas que pode representar uma nova frente de prosperidade para seus negócios.
Com mais de duas décadas de atuação no setor, a executiva compartilhou sua trajetória, que começou no ambiente corporativo, ao trabalhar por 17 anos em uma farmacêutica. “Fui cliente antes de ser fornecedora. E foi ali, ao observar as deficiências do mercado de viagens corporativas no Brasil, que nasceu meu propósito de fundar a Academia de Viagens Corporativas”, explicou. A empresa, que completa 20 anos em 2025, tem como pilares a educação, o relacionamento e a valorização do conhecimento técnico aplicado ao business travel.
O que é MICE e por que ele importa
Na programação da convenção, Vivi detalhou o conceito de MICE — sigla para Meetings, Incentives, Conferences and Exhibitions — termo que, embora amplamente utilizado por fornecedores e agências, ainda é pouco conhecido pelo grande público. “Ao falar que atuamos com MICE, nos posicionamos com clareza dentro de um nicho específico”, destacou.
- Meetings: reuniões de 15 a 30 pessoas, para alinhamento de objetivos e troca de conhecimento.
- Incentives: programas de premiação que recompensam metas alcançadas; não podem ser comprados, apenas conquistados.
- Conferences: congressos e convenções de médio a grande porte, planejados com até três anos de antecedência.
- Exhibitions: feiras de diferentes escalas, que retomaram força total após a pandemia.
O ponto alto da palestra foi a abordagem sobre os cruzeiros como palco ideal para eventos de negócios. “A grande vantagem é a conveniência: tudo é ‘all in one’ — hospedagem, alimentação, salas de reunião, entretenimento e segurança — e todos permanecem a bordo, focados no objetivo”, explicou a executiva. A infraestrutura moderna de navios -como do MSC Seashore – inclui teatros equipados, múltiplos restaurantes, lounges e salas de conferência que podem ser totalmente customizados.
Vivi enfatizou ainda o aspecto de segurança e logística simplificada: “Em terra, você lida com deslocamentos, trânsito e imprevistos. A bordo, o navio se torna um destino único, com programação e serviços integrados”, ressalta.
Como exemplo de aplicação prática, Vivi citou seu trabalho de consultoria em Ilhabela (SP). Contratada pela prefeitura, ela conduziu um diagnóstico de um ano para mapear a vocação do destino. “Passamos de 30 empresários engajados a 180 no Convention Bureau local. Foi assim que Ilhabela aprendeu a enxergar o turismo de negócios como motor de crescimento”, contou.
Um convite ao trade de lazer
Ao concluir, Vivi lançou um desafio ao público de agentes de viagens voltados ao lazer: “Muitos dos seus clientes de lazer também são executivos com poder de decisão em suas empresas. Conheçam o mercado corporativo e vejam como ele pode ampliar suas receitas.”