São Paulo (SP) – No Expo Fórum de Turismo 60+, evento que acontece no Holiday Inn, em São Paulo, painel com Thiago Akira, Duque Estrada e Martin Henkel debateu tendências, comportamento de consumo e estratégias para atender melhor o viajante acima dos 60 anos.
Com mediação de Thiago Akira, consultor de marketing digital, o debate reuniu Duque Estrada, fundador da Ativen, e Martin Henkel, fundador da SeniorLab Mercado e Consumo 60+, para discutir o cenário da longevidade no turismo. O encontro destacou o enorme potencial do segmento e os desafios que ainda precisam ser superados para que o trade aproveite plenamente essa oportunidade.
Com base em dados do IBGE e da pesquisa realizada durante o evento, o painel ressaltou que o Brasil possui cerca de 35 milhões de pessoas com 60 anos ou mais — número que deve quase dobrar até 2050. A chamada “economia prateada” já movimenta cerca de R$ 1,2 trilhão por ano, valor que tende a crescer com o envelhecimento da população e a queda na taxa de natalidade.
O perfil desse consumidor, no entanto, ainda é pouco compreendido por grande parte do mercado. Os especialistas reforçaram que o público 60+ é altamente racional em suas decisões de compra, valoriza atendimento de qualidade, segurança e experiências com conteúdo, e está cada vez mais digitalizado. Mesmo com origem analógica, muitos passaram a utilizar aplicativos, redes sociais e plataformas digitais, especialmente após a pandemia.
Durante o debate, foi destacada a importância de abandonar estereótipos. Os viajantes sêniores são diversos — enquanto alguns buscam conforto e tranquilidade, outros desejam aventura, desafios físicos e vivências culturais profundas. Essa pluralidade exige do trade uma escuta ativa e uma abordagem personalizada, que considere diferentes contextos de viagem e estilos de vida.
O painel também abordou a necessidade de planejamento, tanto estratégico quanto financeiro. Além de oferecer produtos sob medida e adequar canais de comunicação — como tornar sites responsivos a telas de celular —, é fundamental incluir o turista 60+ nas estratégias de marketing desde a concepção dos produtos. Outro ponto levantado foi o potencial de vendas em períodos de baixa temporada, aproveitando a flexibilidade de agenda desse público para otimizar o fluxo de caixa das empresas.
Por fim, os palestrantes reforçaram que atender bem esse público é mais do que uma tendência — é uma urgência econômica. Eles sugeriram práticas como realização de grupos de escuta, personalização de pacotes e uso de dados para embasar decisões de marketing e produto. Mais do que olhar para a idade, o setor precisa compreender as motivações, desejos e ritmos de vida de cada viajante.