O mercado de viagens corporativas no Brasil segue consolidando sua retomada em 2025. Segundo dados da FecomercioSP em parceria com a Alagev (Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas), o setor projeta movimentar R$ 135 bilhões até dezembro, superando os R$ 131 bilhões alcançados em 2024. Só em janeiro, o faturamento atingiu R$ 1,047 bilhão, marcando um avanço de 22% em relação a dezembro do ano anterior.
Ainda que o desempenho geral tenha apresentado leve retração na comparação com os primeiros meses de 2024, alguns segmentos se destacam positivamente. “Durante os primeiros cinco meses de 2025, o setor de viagens corporativas tem se mantido estável. Apesar de uma leve queda no faturamento geral em comparação com o mesmo período de 2024, áreas específicas, como hospedagem e transporte rodoviário, têm registrado desempenhos favoráveis”, analisa Manolo Domingos, diretor da Trip In Viagens Franchising.
O transporte rodoviário, por exemplo, teve uma alta expressiva de 97% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2024, conforme dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp). Já a hotelaria e a locação de veículos também apresentaram bons números. Por outro lado, o transporte aéreo teve retração de 4,7% no acumulado do trimestre e de 4,9% apenas em março.
“As projeções para o fechamento do ano seguem otimistas, com estimativas de crescimento entre 5% e 10%”, afirma Domingos.
Além dos dados financeiros, o setor vive uma transformação no perfil das viagens. A adoção de práticas sustentáveis tem ganhado força, com destaque para ações de compensação de carbono e parcerias com fornecedores ESG. A digitalização também é um pilar em expansão, com uso crescente de plataformas integradas, inteligência artificial e big data na gestão de viagens.
Outro fator em evidência é o avanço do bleisure — mistura de negócios com lazer —, impulsionado por modelos híbridos de trabalho. A estratégia tem sido usada por empresas como forma de promover bem-estar e reter talentos.
Apesar do desempenho ainda moderado em alguns segmentos, o cenário é de otimismo cauteloso. “O setor de viagens corporativas, embora não tenha apresentado um crescimento expressivo no primeiro semestre, demonstra resiliência e capacidade de adaptação, com alguns segmentos em destaque e expectativas positivas para o futuro”, conclui Domingos.