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Falhas estruturais causaram suspensão da Voepass pela Anac

Relatório aponta cinco ocorrências em quatro aeronaves; empresa diz que cumpre padrões internacionais

A Voepass Linhas Aéreas teve seus voos suspensos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em março de 2025, após a identificação de falhas graves em quatro de suas aeronaves. Laudos técnicos obtidos pela Folha de S.Paulo revelam cinco ocorrências estruturais entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025, incluindo trincas, danos na fuselagem e falhas de manutenção não registradas.

A primeira falha foi detectada em 27 de agosto de 2024, em Ribeirão Preto (SP), quando uma deformação na fuselagem direita de um avião não foi percebida pelo mecânico responsável, sendo identificada apenas após a inspeção da Anac. No mês seguinte, em Congonhas (SP), foi encontrada uma avaria na carenagem da porta de carga, cuja manutenção, segundo a agência, foi registrada com base técnica inadequada.

Outro problema ocorreu no dia 24 de setembro de 2024, novamente em Ribeirão Preto. Trincas na junção entre a asa e a fuselagem levaram à substituição da carenagem, mas a nova peça apresentava danos relacionados à proteção contra descarga eletrostática. Já em fevereiro de 2025, em Recife (PE), uma fita de vedação da asa esquerda estava solta e sem qualquer controle técnico registrado. Dias depois, em Guarulhos (SP), foi constatado dano na tampa do ponto de apoio para o macaco hidráulico.

Essas falhas foram registradas no contexto da chamada “Operação Assistida”, instaurada após o acidente fatal de 9 de agosto de 2024 em Vinhedo (SP), que deixou 62 mortos. A investigação levou à constatação de falhas no Sistema de Análise e Supervisão Continuada (SASC) da Voepass, responsável pelo controle interno de manutenção e correção de avarias.

Segundo a Anac, houve “perda de confiabilidade dos mecanismos internos de detecção e correção de problemas” e ausência de rastreabilidade em diversas ocorrências. “A empresa deixou de oferecer garantias mínimas de que eventuais falhas seriam tratadas antes de comprometer a segurança das operações”, declarou a agência à Folha.

A Voepass, por sua vez, afirmou em nota que “sempre atuou cumprindo com as exigências rigorosas que garantem a segurança das suas operações aéreas” e que todas as reposições e manutenções foram realizadas legalmente e com rastreabilidade de componentes.

Desde a suspensão em 11 de março, a companhia permanece com as operações paralisadas. No mês passado, entrou com pedido de recuperação judicial. Segundo a Anac, entre agosto de 2023 e fevereiro de 2025 foram abertos 15 processos administrativos contra a empresa, culminando com a suspensão de seu Certificado de Operador Aéreo.

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