Ana Carla Lopes, ministra substituta do Turismo, participou nesta terça-feira (28) da cerimônia de posse de Márcia Lopes, nova ministra das Mulheres. O evento, realizado no Teatro da Caixa Cultural, em Brasília (DF), reuniu autoridades, parlamentares e representantes da sociedade civil em um momento marcado pelo compromisso com a equidade de gênero e o fortalecimento da democracia.
Durante o evento, Ana Carla destacou o turismo como uma ferramenta estratégica para a transformação social e a promoção da igualdade de gênero. “O turismo tem o poder de gerar oportunidades, fortalecer comunidades e transformar realidades. É um setor que alcança os territórios, dialoga com diferentes públicos e pode ser um forte aliado das políticas públicas para as mulheres”, afirma.
Ela reforçou o compromisso do Ministério do Turismo em ampliar ações que valorizem a presença e o protagonismo feminino em todas as regiões do país. “Seguiremos engajados em iniciativas, que atuem na prevenção à exploração sexual e na valorização das mulheres no setor turístico”, completa.
Em seu discurso de posse, Márcia, falou sobre o desafio de garantir que todas as mulheres – do campo e da cidade, negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, LGBTQIA+, com deficiência, migrantes, em situação de rua ou não – possam viver com dignidade, respeito e liberdade. “As mulheres querem e têm o direito de acessar todas as políticas públicas. Querem ser protagonistas de suas histórias e participar das decisões que impactam suas vidas. Essa é a orientação do presidente Lula e será o nosso foco de atuação”, declara a ministra.
Ela ressalta que o trabalho do Ministério das Mulheres será intersetorial e baseado em políticas públicas com escala, impacto real e transversalidade. “Nossas prioridades são claras: o enfrentamento à violência, a promoção da saúde integral, a igualdade salarial, o direito à assistência social, à educação, à cultura e à ciência. Vamos trabalhar para assegurar o bem das mulheres brasileiras”, declarou.
Cida Gonçalves, ex-ministra das Mulheres, fez um balanço de sua gestão, marcada pela reconstrução institucional da Pasta e pela retomada de políticas públicas de enfrentamento à violência e promoção da autonomia econômica feminina.
“Assumi o ministério em janeiro de 2023, em um cenário de desmonte. Não havia equipe, estrutura nem orçamento. Era o Estado dizendo às mulheres que elas não importavam. Mas o presidente Lula disse que importavam — e fomos à luta desde o primeiro dia. Recolocamos as políticas públicas para as mulheres no centro da agenda, com seriedade e compromisso”, afirmou.
Cida destacou conquistas como a Lei da Igualdade Salarial e a Política Nacional de Cuidados, além da articulação com outros ministérios. “A democracia sem as mulheres não é democracia. Cada tarefa é urgente diante das violências e desigualdades que ainda enfrentamos. Continuo comprometida com essa luta, agora de volta ao movimento de mulheres”, disse, ao desejar sucesso à sua sucessora.
Reconhecimento
Gleisi Hoffmann, ministra de Secretaria de Relações Institucionais (SRI), também participou da cerimônia e destacou a importância simbólica e histórica da existência do Ministério das Mulheres.
“Somente em 2003 criamos um ministério específico para tratar das políticas para as mulheres. Isso mostra o quanto essa pauta foi invisibilizada durante toda a história. Desde então, temos avançado na institucionalização das políticas públicas com participação direta das mulheres na sua formulação e execução”, afirmou.
Gleisi destacou a aprovação da Lei da Igualdade Salarial, mas alertou que os desafios persistem: “Mulheres ainda ganham menos, enfrentam mais obstáculos, especialmente as negras. Precisamos garantir que a igualdade saia do papel e chegue à prática”, finaliza.