São Paulo (SP) – A cultura japonesa ganhará novamente o protagonismo em São Paulo com a 26ª edição do Festival do Japão, que será realizada entre os dias 11 e 13 de julho no São Paulo Expo. Considerado o maior evento da cultura nipônica fora do Japão, o festival deve atrair mais de 180 mil visitantes ao longo dos três dias, com uma programação que inclui gastronomia regional, apresentações culturais, exposições e uma plataforma robusta de negócios.
Organizado pela Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil), o festival chega a quase 30 anos de história — com interrupções apenas nos dois anos de pandemia — e mobiliza cerca de 47 associações representando todas as províncias japonesas. “Nosso grande objetivo é perpetuar a cultura dos nossos antepassados e manter vivos os laços entre Brasil e Japão”, destacou Alfredo Ohmachi, presidente da Comissão Organizadora do festival e também da Associação da Província de Akita.
Um dos principais destaques do evento é a praça de gastronomia, onde cada associação de província apresentará pratos típicos regionais que não são encontrados nem mesmo no Japão. “É a cozinha afetiva, aquela comida da vovó que traz lembranças e sentimentos. Essa é a alma do festival”, afirma Ohmachi. Ao todo, mais de 40 mil m² dos pavilhões 5, 6, 7 e 8 do São Paulo Expo serão utilizados para abrigar as atrações.
A programação contará com mais de 50 atrações em três palcos principais. A abertura oficial está marcada para o sábado (12), às 11h, com a presença de autoridades, empresários, representantes do governo japonês e patrocinadores. Entre as atividades culturais estão a tradicional dança Bom Odori, cerimônia do chá, apresentações de Ikebana, espaços dedicados à terceira idade, área infantil e oficinas literárias.
Além do festival voltado ao público geral (B2C), o evento contará com a Expo Japan, uma programação paralela focada no intercâmbio comercial (B2B). Com quatro dias de duração, começando em 10 de julho, o encontro reunirá importadores, distribuidores e empresários interessados na cadeia de produtos alimentícios japoneses. “Queremos promover a troca comercial, não apenas importar do Japão, mas também exportar do Brasil. A relação precisa ser de mão dupla”, ressaltou Toshio Ichikawa, presidente da Kenren.
A Expo Japan ocorrerá no mezanino do São Paulo Expo e funcionará como uma vitrine de produtos regionais japoneses, com destaque para alimentos, bebidas e temperos tradicionais. A ideia é aproximar fabricantes japoneses de potenciais compradores brasileiros, incluindo representantes de redes de supermercados, restaurantes e distribuidores especializados. Segundo Ichikawa, os principais desafios estão na superação das barreiras alfandegárias e na mediação linguística — por isso, intérpretes voluntários também serão mobilizados.
O evento ainda contará com a presença de empresas japonesas e nipo-brasileiras de renome, como Toyota, Yamaha, Kikkoman, Ajinomoto e Yakult, além de instituições como a Embaixada do Japão, Jaica, MAFF (Ministério da Agricultura do Japão) e a Japan House.
“Este festival é feito por voluntários. Ninguém recebe para trabalhar nele. Mas o que ganhamos é imensurável: é o orgulho de manter viva a nossa cultura e oferecer oportunidades a novas gerações”, finalizou Alfredo Ohmachi.