A intenção de realizar viagens para a Europa durante o verão de 2025 diminuiu entre os principais mercados emissores de longo curso. É o que revela o barômetro da European Travel Commission (ETC), com destaque para quedas nos Estados Unidos (-7%), Brasil (-6%), Canadá (-5%) e Japão (-5%) em comparação com o mesmo período de 2024. Apenas China e Austrália registraram aumento no interesse.
A pesquisa, que analisa o comportamento entre maio e agosto, indica que o percentual médio de intenção caiu de 41% para 39%. A China lidera positivamente, com 72% dos entrevistados planejando visitar o continente — crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado. A Austrália também apresentou aumento de 3%, alcançando 40%.
Entre os fatores que desestimulam as viagens, o custo elevado continua sendo a maior preocupação. Quase metade dos entrevistados (49%) cita os preços como principal barreira, refletindo o impacto da inflação, flutuações cambiais e a alta dos serviços nas principais cidades europeias. A ETC observa que a percepção da Europa como destino premium está mais evidente. “A sensibilidade ao preço é crescente, principalmente em países como Brasil e Estados Unidos”, aponta a entidade.
Outros motivos incluem o tempo limitado de férias e a preferência por viagens domésticas, especialmente entre japoneses, sul-coreanos e australianos. Já o temor com a guerra na Ucrânia caiu para apenas 4%, demonstrando menor impacto do fator geopolítico.
O barômetro também identificou mudanças no comportamento de consumo. O percentual de viajantes dispostos a gastar mais de €200 por dia caiu 11%, enquanto 40% planejam desembolsar entre €100 e €200 — alta de 10% frente ao ano anterior. A maioria (59%) pretende permanecer de uma a duas semanas no destino.
A ETC ainda aponta que 34% dos viajantes devem antecipar suas férias para maio ou junho, evitando os picos de julho e agosto. “Cada vez mais, o turista busca experiências com bom custo-benefício e menor aglomeração”, conclui o estudo.
Em relação aos perfis, viagens em casal ou com família continuam dominando os planos de férias de duas a três semanas. Já os viajantes solo tendem a optar por escapadas curtas ou longas estadias. Restaurantes, atividades turísticas e transporte lideram o orçamento de viagem, reforçando o apelo multifacetado dos roteiros europeus.