Paetongtarn Shinawatra, primeira-ministra da Tailândia, anunciou na segunda-feira (24) que o país aumentará a fiscalização nas fronteiras terrestres e bloqueará a saída de turistas rumo ao Camboja. A decisão ocorre após o agravamento de um impasse diplomático entre os dois países do Sudeste Asiático, que resultou na morte de um soldado cambojano em território disputado entre as duas nações.
As restrições afetam veículos e pessoas que tentam cruzar os postos de controle em várias províncias tailandesas, além de estrangeiros que viajariam de avião até Siem Reap, no Camboja. Estão autorizados a cruzar a fronteira apenas estudantes, pacientes em tratamento médico e pessoas que precisam adquirir bens essenciais.
Segundo Paetongtarn, a medida visa conter o fluxo de pessoas em direção aos cassinos cambojanos, mas, na prática, bloqueia o trânsito de turistas em geral. “O objetivo é interromper o movimento em direção aos cassinos lucrativos do Camboja”, declara.
Em nota, o Exército tailandês afirmou que a medida está sendo aplicada em todos os postos de fronteira terrestre entre Tailândia e Camboja em cinco províncias. “Estamos interrompendo todas as travessias, exceto para casos essenciais”, informa o comunicado.
O governo também suspendeu voos de turistas estrangeiros com destino a Siem Reap, cidade próxima ao complexo de templos de Angkor Wat. Ainda não há previsão para o fim das restrições, e autoridades aeroportuárias consideram a possibilidade de uma paralisação prolongada.
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido emitiu um alerta a seus cidadãos:
“Tome cuidado redobrado e mantenha-se atento nas áreas de fronteira. Siga as instruções das autoridades locais, especialmente em destinos turísticos como os templos de Preah Vihear, Ta Kwai e Ta Muen Thom. Há minas terrestres não detonadas nas regiões de fronteira. Caminhe apenas por trilhas sinalizadas, sobretudo nas proximidades de Ta Krabey.”
Além da questão diplomática, o governo tailandês afirma que as medidas também buscam combater operações ilegais que operam a partir do Camboja. As autoridades militares acusam redes de golpes transnacionais de explorar brechas na fronteira e plataformas online para atrair vítimas, inclusive turistas estrangeiros.
Essas redes, segundo o governo, utilizam esquemas fraudulentos com falsas promessas românticas, investimentos enganosos e jogos de azar ilegais. Em resposta à crise, o Camboja suspendeu o fornecimento de serviços de internet e bloqueou o envio de eletricidade e combustível provenientes da Tailândia.