A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aplicou, nesta sexta-feira (4), uma nova medida cautelar ao Aeroporto de Fernando de Noronha para preservar os níveis de segurança operacional. A decisão foi motivada pela paralisação das obras de recuperação das áreas pavimentadas do terminal, interrompidas em março, e visa restringir o crescimento da malha aérea e a realização de operações simultâneas de transporte público e aviação geral.
Entre as determinações estão o congelamento do número de voos autorizados atualmente, a limitação de movimentações simultâneas no pátio durante horários da aviação regular e a redução do parâmetro de resistência do pavimento — fator que afeta diretamente o tipo e o peso das aeronaves autorizadas a operar na ilha.
A nova medida ocorre poucos meses após a própria Anac ter suspendido, em março, uma restrição anterior que proibia operações com aeronaves a jato em Noronha desde 2022. A liberação das aeronaves maiores foi condicionada ao andamento das obras de requalificação do aeroporto. Com a paralisação dos serviços, o risco à segurança voltou a ser considerado elevado.
Eventos recentes, como os dois atolamentos registrados em domingos consecutivos com aviões da Azul (22 de junho) e Gol (29 de junho), intensificaram o alerta. Ambos os incidentes levaram à interdição de posições de estacionamento e a uma reavaliação técnica do local.
“A medida tem caráter preventivo e busca garantir a continuidade do transporte aéreo à ilha sem comprometer a segurança”, informou a agência. O novo conjunto de restrições foi comunicado ao operador do aeroporto, às companhias aéreas e ao Governo do Estado de Pernambuco. A publicação oficial está prevista para os próximos dias no Diário Oficial da União.
A Anac reforçou que segue monitorando a situação e poderá adotar novas providências caso identifique riscos adicionais à operação. As obras de recuperação das áreas pavimentadas, que integram a requalificação geral do aeroporto iniciada em 2024, são consideradas fundamentais para garantir a segurança e a retomada plena da capacidade operacional do terminal.