Portugal alcançou um marco histórico em 2024 com a chegada de 29 milhões de turistas internacionais, número recorde que representa alta de 9,3% em relação a 2023. Os dados fazem parte do relatório “Estatísticas do Turismo 2024”, divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O mercado espanhol manteve-se como o principal emissor, com 24,7% das chegadas, seguido por Reino Unido (12%) e França (11,6%). No entanto, os maiores crescimentos foram registrados pelos Estados Unidos (+16,9%) e Países Baixos (+15,0%), além de agrupamentos como “Outros da Europa” (+19,8%) e “Outros do Mundo” (+17%).
No total, os estabelecimentos turísticos do país receberam 34 milhões de hóspedes (+4,8%) e contabilizaram 88,3 milhões de dormidas (+3,8%). A Grande Lisboa, com baixa dependência de mercados emissores concentrados, foi destaque em diversidade. Já o Algarve, apesar de crescimento mais modesto (+1,5%), continua sendo a região mais dependente do principal mercado externo (35,1%).
As dormidas de não residentes representaram 67,7% do total — a maior proporção desde 2017. O Reino Unido liderou esse índice (17,7%), seguido por Alemanha (11,8%) e Espanha (10%). Destaque para o desempenho de mercados como Polônia (+19,4%), Canadá (+17,1%) e Estados Unidos (+12,3%), que superou a França como o quarto maior emissor.
Outro ponto relevante foi a queda da taxa de sazonalidade, que atingiu 36,6%, o menor nível desde 2013, demonstrando um avanço na distribuição do fluxo turístico ao longo do ano. A sazonalidade foi maior entre os residentes (40,9%) do que entre os não residentes (34,5%).
Além da hotelaria tradicional, os parques de campismo e pousadas de juventude também registraram desempenho estável, com variações discretas. No entanto, o alojamento gratuito em casas de amigos e familiares continuou sendo a principal escolha dos residentes portugueses para viagens nacionais, representando 39,9% das dormidas.
As viagens de portugueses ao exterior também cresceram, totalizando 3,4 milhões de deslocações internacionais (+6,2%), em contraste com a leve queda nas viagens domésticas (-4,7%). A despesa média por turista aumentou 14,1%, alcançando 276,6 euros por viagem. No caso das viagens internacionais, o gasto médio chegou a 843,8 euros, alta de 14,6%.
A publicação reforça que Portugal, mesmo com crescimento sustentado, vem reduzindo gradualmente a dependência de seus três principais mercados externos, que em 2024 responderam por 39,4% das dormidas de não residentes — o menor índice desde 2013.