O Latam Airlines Group reportou lucro líquido de US$242 milhões no segundo trimestre de 2025, resultado que representa um crescimento de 66% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impulsionado pelo aumento de 7,6% no volume de passageiros transportados, totalizando 20,6 milhões entre abril e junho. No acumulado do semestre, a companhia já soma quase US$597 milhões em lucro líquido, consolidando um semestre financeiramente robusto.
As receitas operacionais do grupo chegaram a US$3,279 bilhões, alta de 8,2% na comparação ano a ano. Deste total, US$2,824 bilhões vieram do transporte de passageiros, com crescimento de 8,5%, enquanto a divisão de cargas movimentou US$419 milhões, com avanço de 10,2%. Com esse desempenho, o grupo Latam registrou uma margem operacional ajustada de 12,9%, a melhor já alcançada pela companhia para um segundo trimestre.
A capacidade consolidada, medida em assentos-quilômetro disponíveis (ASK), cresceu 8,3% em relação a 2024, com fator de ocupação de 83,5% – incremento de 1,2 ponto percentual. A companhia manteve uma rede de 153 destinos em 27 países, com destaque para a expansão de rotas domésticas no Brasil, onde a projeção de crescimento foi revisada de 7%-9% para entre 9,5% e 10,5%.
Segundo Ricardo Bottas, CFO do Grupo Latam Airlines, o desempenho reflete a força da companhia mesmo em um cenário global incerto. “Nossos resultados do segundo trimestre demonstram claramente a solidez operacional e financeira do grupo, assim como sua capacidade de se desenvolver em um ambiente macroeconômico volátil e incerto”, afirmou. Ele reforçou ainda o compromisso com uma estratégia de crescimento rentável, com foco em investimentos que melhorem a experiência do cliente.
A projeção da companhia para o EBITDAR ajustado foi revista para cima, com expectativa entre US$3,65 bilhões e US$3,85 bilhões no ano, frente ao intervalo anterior de US$3,40 bilhões a US$3,75 bilhões. O fluxo de caixa livre alavancado também deve superar US$1,3 bilhão. A Latam encerrou o trimestre com US$3,6 bilhões em liquidez e alavancagem líquida ajustada de 1,6x, mantendo a meta de não ultrapassar 1,5x.
No período, o grupo distribuiu US$445 milhões aos acionistas e iniciou nova recompra de ações de até 2,4% do capital na Bolsa de Santiago. Também refinanciou US$800 milhões em dívida não ligada à frota, reduzindo os custos de juros em 570 pontos-base, o que resultará em economia anual de US$33 milhões.
O grupo segue avançando em conectividade, com seis novas rotas domésticas da Latam Brasil e ampliação da operação internacional, incluindo Argentina. A Joint Venture com a Delta Air Lines foi estendida para voos com origem e destino nesse país, fortalecendo a malha entre América do Sul e América do Norte.
Na experiência do cliente, a Latam iniciou a implementação de cabines Premium Business com suítes e portas individuais, uma novidade na América do Sul. Todos os aviões widebody terão Wi-Fi a bordo a partir de 2026. Também será inaugurada uma sala vip em Lima em agosto. O índice de satisfação dos clientes (Net Promoter Score) manteve-se positivo, com 56 pontos no total e 60 entre passageiros premium.
A companhia recebeu 12 novas aeronaves no trimestre e já soma 14 entregues em 2025, dentro do plano de renovação da frota de 360 unidades.
Durante o período, a Latam foi reconhecida com nove prêmios no Skytrax World Airline Awards, incluindo Melhor Companhia Aérea da América do Sul pelo sexto ano consecutivo.
No pilar de sustentabilidade, a Latam integrou à frota o software Aircraft Performance Monitoring (APM), que permitirá reduzir emissões em cerca de 8 mil toneladas de CO₂ por ano. O programa Avião Solidário também seguiu ativo, com transporte gratuito de 1.900 pessoas e 15 toneladas de carga no primeiro semestre.