O Grupo Latam Airlines concluiu um ciclo de reestruturação financeira iniciado em 2022 e hoje opera sem vencimentos relevantes de dívida até 2030, de acordo com o CFO do grupo, Ricardo Bottas. A reestruturação recente incluiu o refinanciamento de US$ 700 milhões, com substituição por uma nova dívida de US$ 800 milhões a custos menores, reduzindo o custo nominal em 570 pontos-base (5,7 p.p.).
Segundo Bottas, essa mudança representa um marco para a companhia. “A última dívida com custo elevado foi refinanciada. Agora temos uma estrutura de capital sólida, com pressão nula sobre vencimentos nos próximos quatro anos”, destacou.
A economia projetada com juros é de US$ 33 milhões ao ano apenas com essa nova emissão, mas considerando operações anteriores de refinanciamento, a Latam estima uma redução total de US$ 151 milhões anuais em pagamento de juros.
A companhia terminou o segundo trimestre de 2025 com liquidez de US$ 3,6 bilhões, valor que inclui caixa e linhas de crédito de curto prazo, segundo informado durante coletiva realizada na manhã desta terça-feira (29). Mesmo com o pagamento de US$ 445 milhões em dividendos e recompra de ações no período, a Latam manteve posição de caixa estável em US$ 2,1 bilhões.
A alavancagem da companhia (dívida líquida/EBITDA) também foi reduzida de 2,1x em 2023 para 1,6x no segundo trimestre de 2025, abaixo do limite de 2x estipulado pela política financeira do grupo.
“Nós mantemos uma estrutura de capital resiliente, com liquidez acima dos limites de política interna e margem de manobra para novos financiamentos em condições mais favoráveis, se necessário”, reforçou Bottas.
Segundo ele, a nova fase da Latam é marcada pela robustez financeira, e coincide com um crescimento operacional sustentado e margens consistentes. No segundo trimestre, a companhia registrou EBITDA de US$ 850 milhões, com margem de 25,9%, e lucro líquido de US$ 242 milhões, alta de 66% sobre 2024.