A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgou nesta quarta-feira (31) os resultados do transporte aéreo referentes a junho de 2025. Segundo a entidade, a demanda global, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs), registrou aumento de 0,8% na comparação com o mesmo período de 2024. Nas operações internacionais, a alta foi de 1,6%. A capacidade, medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTKs), cresceu 1,7% no total e 2,8% nas rotas internacionais.
Willie Walsh, diretor-geral da Iata, destacou que o número global esconde realidades distintas entre as regiões. “As tensões comerciais, por exemplo, levaram a uma queda de 8,3% no tráfego da América do Norte e estagnaram o crescimento europeu em 0,8%. Por outro lado, a região da Ásia-Pacífico foi na contramão dessa tendência, registrando uma expansão de 9,0%. Enquanto isso, os conflitos militares no Oriente Médio causaram uma redução de 3,2% no tráfego de cargas daquela região”, afirmou.
Walsh também comentou os impactos de novas barreiras comerciais. “A maior clareza sobre as tarifas dos EUA permite que as empresas planejem com mais confiança. No entanto, não podemos ignorar que os ‘acordos’ resultam em tarifas significativamente mais altas para produtos importados pelos EUA do que há poucos meses. O impacto econômico dessas barreiras ainda precisa ser avaliado”, complementou.
Indicadores operacionais
Entre os fatores que influenciaram o desempenho do setor, a Iata apontou:
Crescimento de 3,2% na produção industrial global em maio, em relação ao mesmo mês de 2024.
Avanço de 3,5% no comércio mundial de bens.
Queda de 12% no preço do combustível de aviação em junho, na comparação anual, embora 8,6% acima do valor registrado em maio.
A atividade industrial global voltou a crescer, com o PMI da manufatura subindo de 50 para 51,2. Já o índice de novos pedidos de exportação subiu 1,2 ponto, mas permaneceu abaixo da linha de expansão, em 49,3, refletindo incertezas ligadas à política comercial dos Estados Unidos.
Desempenho por região – junho de 2025
Ásia-Pacífico: crescimento de 9,0% na demanda de carga aérea e aumento de 7,8% na capacidade.
América do Norte: queda de 8,3% na demanda e retração de 5,1% na capacidade.
Europa: alta de 0,8% na demanda e expansão de 2,6% na capacidade.
Oriente Médio: queda de 3,2% na demanda e aumento de 1,5% na capacidade.
América Latina: crescimento de 3,5% na demanda e queda de 0,4% na capacidade.
África: alta de 3,9% na demanda e crescimento de 6,2% na capacidade.
O desempenho nas rotas comerciais também apresentou variações. Houve crescimento nos volumes de frete nos corredores com origem ou destino na Europa e na rota Oriente Médio-Ásia. Já as rotas da América do Norte e as internas ou originárias da Ásia tiveram queda de volume.
A Iata representa cerca de 350 companhias aéreas, responsáveis por mais de 80% do tráfego aéreo global. Segundo os dados mais recentes da associação, a participação no mercado de carga por região é a seguinte: Ásia-Pacífico (34,2%), América do Norte (25,7%), Europa (21,5%), Oriente Médio (13,6%), América Latina (2,9%) e África (2,0%).