O turismo de natureza vive um momento de destaque no Brasil. De acordo com levantamento da Bulbe Energia, as buscas por “unidade de conservação” cresceram 50% nos últimos 12 meses, ultrapassando a marca de 1 milhão de pesquisas. Mais do que uma tendência digital, o dado reforça o interesse crescente da população por experiências em áreas protegidas — um movimento que se reflete diretamente na visitação: em 2024, mais de 25,5 milhões de pessoas passaram por Unidades de Conservação federais, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), um aumento de 4,9% em relação ao ano anterior.
Essas áreas, regulamentadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), incluem Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, Florestas Nacionais, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e Reservas Extrativistas. A Bulbe analisou as buscas por nomes específicos dessas unidades e elaborou um ranking com as 15 mais pesquisadas no país, revelando o protagonismo de destinos naturais no turismo doméstico.
O estado de São Paulo lidera o ranking, com destaque para o Parque Estadual da Cantareira (Núcleo Pedra Grande), que registrou mais de 161 mil buscas. Localizado na zona norte da capital paulista, o parque preserva um dos maiores fragmentos de Mata Atlântica em área urbana do mundo e integra a Reserva da Biosfera da Unesco.
Já no Rio de Janeiro, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos desponta como o mais pesquisado, famoso pelas trilhas e pela formação rochosa Dedo de Deus. Outros destaques incluem o Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), com suas pinturas rupestres; a Chapada dos Veadeiros (GO), com paisagens de Cerrado; e os Lençóis Maranhenses (MA), com dunas e lagoas de beleza única.
A diversidade das Unidades de Conservação permite diferentes formas de uso. Parques Nacionais são abertos ao público sob controle ambiental, enquanto Florestas Nacionais conciliam conservação e uso sustentável, como no caso da Floresta Nacional de Brasília. Já as APAs, como a Tanquã/Rio Piracicaba (SP), permitem atividades econômicas e turísticas, desde que compatíveis com a preservação.
Além de destinos turísticos, essas áreas também são territórios habitados. Dados do IBGE indicam que cerca de 5 milhões de brasileiros vivem dentro de Unidades de Conservação ou Terras Indígenas. Isso reforça a necessidade de um turismo responsável, que respeite tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais.