Após quase três meses detido na Penitenciária Evaristo de Moraes, no Rio de Janeiro, o empresário João Ricardo Rangel Mendes, ex-CEO da Hurb, deixou a prisão preventiva nesta segunda-feira (11). A decisão, proferida pelo juiz André Felipe Veras de Oliveira, da 32ª Vara Criminal do Rio, estabelece que Mendes deverá usar tornozeleira eletrônica, entregar seu passaporte e não poderá sair do estado sem autorização judicial.
O magistrado também instaurou um incidente de insanidade mental para avaliar o estado psicológico de Mendes no momento dos crimes pelos quais é acusado. Segundo a defesa, um laudo do psiquiatra Luiz Alberto Py aponta evolução de um quadro de bipolaridade para psicose maníaco-depressiva, justificando a necessidade da perícia.
Preso por furto qualificado, Mendes foi flagrado subtraindo obras de arte e objetos em um shopping e em um hotel na Barra da Tijuca. A Justiça ainda determinou que ele está proibido de frequentar os locais onde ocorreram os delitos.
Além das restrições de deslocamento, a defesa comprometeu-se a manter Mendes sob acompanhamento clínico diário, com envio de relatórios periódicos sobre seu estado de saúde. O empresário também terá limitações adicionais quanto a frequentar determinados espaços relacionados aos casos em investigação.
João Ricardo iniciou a vida profissional aos 18 anos, com um pequeno negócio de venda de bebidas na Praia do Pepê, no Rio de Janeiro. Em 2011, fundou o Hotel Urbano — posteriormente rebatizado como Hurb —, aproveitando o auge das compras coletivas no Brasil.
A empresa enfrentou dificuldades durante a pandemia de Covid-19, quando vendeu pacotes de viagem com preços abaixo do mercado, o que resultou em problemas para cumprir contratos após a retomada do turismo.
Em 2023, o empresário esteve no centro de polêmicas ao se envolver em discussões agressivas com clientes em grupos de WhatsApp, chegando a divulgar dados pessoais de consumidores. Acusado de expor viajantes a riscos e de ameaças a clientes, renunciou ao cargo de CEO. Também foi denunciado por um ex-funcionário por injúria racial, calúnia, humilhação e ameaças.
O nome de Mendes voltou às manchetes recentemente com a circulação de um vídeo nas redes sociais no qual aparece correndo atrás do filho da atriz Luana Piovani com um lança-chamas de brinquedo. A atriz declarou ter ficado “estarrecida” com as imagens.
Agora em liberdade provisória, Mendes permanece sob vigilância judicial e com sua situação processual pendente, à espera da perícia psiquiátrica que poderá influenciar o rumo do caso.