A Flot iniciou 2025 com um plano bem definido: ampliar a oferta de viagens em grupo com guia desde o Brasil, fortalecer o atendimento personalizado e retomar a operação em destinos asiáticos estratégicos. O resultado do primeiro semestre mostra que as projeções se confirmaram e até superaram o esperado. Viagens em grupo registraram alta adesão, enquanto os roteiros sob medida tiveram crescimento consistente, sobretudo entre famílias, casais e grupos de amigos em busca de experiências culturais imersivas e hospedagens diferenciadas.
De acordo com Eduardo Barbosa, presidente da Flot, o movimento é reflexo da maturidade do consumidor e da qualidade da curadoria aplicada aos produtos. “A demanda por roteiros customizados cresceu acima do esperado, mesmo em grupos, onde a personalização se tornou um fator essencial. O passageiro está mais exigente e quer vivências únicas, com segurança e conforto”, explica.
O Sudeste, em especial São Paulo e interior, continua sendo o principal mercado emissor da Flot, mas houve crescimento expressivo no Sul e no Centro-Oeste, abrindo novas perspectivas regionais. No portfólio, a Ásia se destacou como ponto fora da curva positiva. Japão, Coreia, China e Tailândia registraram forte procura, especialmente em períodos sazonais, como a floração das cerejeiras e o outono. Na América do Sul, destinos como Bolívia, Peru, Chile e Colômbia tiveram desempenho acima do previsto, enquanto a África do Norte decepcionou, com baixa procura por Egito e Marrocos diante das instabilidades geopolíticas percebidas pelos clientes.
Já na Europa, a combinação de clássicos como Itália, Portugal, França e Alemanha com o Leste Europeu manteve o interesse elevado. A África do Sul também segue firme no portfólio da operadora, atraindo viajantes para experiências que combinam safáris, vinhos e natureza.
Ajuste de estratégias
O aumento do IOF em 2025 trouxe uma pressão extra nos custos, gerando hesitação inicial entre os passageiros. A Flot, no entanto, reagiu rapidamente.
Parcelamentos em reais, renegociação de valores com fornecedores e um atendimento consultivo focado em orientar o cliente sobre as melhores opções de pagamento ajudaram a neutralizar os efeitos do imposto.
“Conseguimos preservar o ritmo de vendas oferecendo alternativas transparentes, sem abrir mão da experiência que caracteriza nossos produtos”, afirma Barbosa.
Produtos que ganham protagonismo
Os grupos acompanhados por guia desde o Brasil permanecem como carro-chefe, mas outros formatos ganharam relevância. Viagens temáticas e sazonais, como a aurora boreal na Islândia ou roteiros ligados à cultura e à gastronomia, cresceram no semestre.
Os circuitos autorais, com diferenciais como hotelaria de charme e experiências locais, também ganharam espaço, assim como os roteiros sob medida para casais e famílias, em especial os de lua de mel, que combinam exclusividade e curadoria especializada.
Outro movimento observado foi a procura por hospedagens diferenciadas e experiências de bem-estar, tendência que reforça o posicionamento da Flot em oferecer um produto que vai além da viagem tradicional, integrando aspectos de lifestyle e imersão cultural.
Relação próxima com os agentes
O relacionamento com os agentes de viagens continua sendo central para a estratégia da operadora. A Flot intensificou treinamentos online e presenciais, ampliou campanhas de incentivo e manteve um comissionamento atrativo e transparente.
Além disso, investiu na criação de materiais personalizados, que facilitam a atuação consultiva do agente e aceleram a conversão de vendas. Para Barbosa, essa proximidade faz parte da essência da Flot.
“O agente é um consultor essencial no processo de decisão do passageiro. Nosso papel é oferecer suporte e ferramentas que reforcem a confiança e assegurem uma experiência de ponta a ponta”, destaca.
Perspectivas e tendências
O desempenho positivo levou a Flot a revisar suas projeções. A expectativa agora é fechar 2025 com crescimento entre 18% e 20% em relação a 2024, sustentado pela confiança dos agentes, pela base de clientes recorrentes e pela ampliação dos roteiros autorais.
Já para 2026, a operadora enxerga tendências claras: maior interesse por viagens culturais imersivas, crescimento dos grupos temáticos (festas tradicionais, festivais florais, religiosos e gastronômicos), além de roteiros intergeracionais que envolvem diferentes faixas etárias da família.
A valorização de viagens fora da alta temporada também aparece como um movimento consolidado, com abril, maio, setembro e outubro despontando como meses estratégicos.
Barbosa antecipa ainda a expansão de grupos autorais com experiências exclusivas e novas parcerias internacionais. “Nosso compromisso é continuar inovando, sem perder a essência da curadoria e da excelência em serviço que nos diferencia”, conclui.
Esta reportagem integra a série Especial Operadoras, tema de capa da edição de agosto do Brasilturis Jornal. Ao longo do mês, apresentaremos entrevistas exclusivas com executivos das principais empresas do setor, revelando estratégias, resultados, tendências e perspectivas para o mercado de viagens no Brasil e no exterior.
