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Felipe Lima
Felipe Lima
Chefe de Redação - E-mail: felipe@brasilturis.com.br

TGK aposta em destinos emergentes e mantém otimismo para 2025

TGK amplia portfólio na Ásia, África e América Latina, reforça parcerias com agentes de viagens e foca em personalização e curadoria

A virada para 2025 marcou um ponto de consolidação e ousadia para a TGK. O planejamento estratégico elaborado para o ano não se limitou a uma atualização de portfólio: tratou-se de um redesenho das prioridades comerciais da operadora, com foco em fortalecer a consultoria oferecida aos agentes de viagens e garantir a entrega de experiências cada vez mais qualificadas.

“Nosso planejamento estratégico de 2025 priorizou o fortalecimento da consultoria junto aos agentes de viagens e uma revisão criteriosa dos fornecedores, para assegurar qualidade em um cenário global de mudanças”, conta Leila Minatogawa, diretora de Relações Estratégicas da operadora, em exclusividade ao Brasilturis.

Essa aproximação se deu em um cenário de volatilidade global, em que mudanças constantes entre prestadores de serviços exigiram da TGK uma postura vigilante, marcada pela revisão criteriosa de fornecedores e pela escolha de parceiros comprometidos com padrões internacionais de qualidade.

Entre as apostas, a Ásia ocupou papel de protagonista. A operadora decidiu ir além do tradicional eixo turístico que envolve China e Japão, incorporando ao catálogo países como Coreia do Sul e Filipinas, destinos em ascensão que respondem ao desejo do viajante brasileiro por experiências diferentes das rotas convencionais.

“As principais apostas incluíram a expansão de destinos na Ásia e o fortalecimento da América Latina, além da criação de produtos premium no Brasil, sempre valorizando a autenticidade regional”, sinalizou Leila.

Esse mesmo raciocínio norteou a atuação na América Latina, onde o foco não foi apenas ampliar presença, mas oferecer uma curadoria de hospedagens intimistas e produtos capazes de explorar a natureza de maneira imersiva. O Brasil também ganhou espaço nesse processo, com a criação de roteiros autorais que unem estrutura premium à valorização da autenticidade regional.

A estratégia não parou por aí. A TGK diversificou seu mapa de atuação apostando em emergentes como o norte da Argentina, região que combina autenticidade cultural e apelo eno-gastronômico, além de abrir caminho em destinos até então pouco explorados, como a Arábia Saudita e países do continente africano.

Essa pluralidade de ofertas, em conjunto com o cuidado em manter a consistência nos mercados tradicionais, resultou em um primeiro semestre equilibrado e de crescimento. A demanda por pequenos grupos rumo à Ásia registrou alta expressiva, ao passo que Chile, Argentina e Peru se mantiveram como pilares sólidos do portfólio.

O desempenho teve reflexo direto em reconhecimento internacional. Em junho, a operadora figurou entre as três Top Sellers da categoria Operadora no SAA Awards 2025, um prêmio que destacou, em especial, a força da África do Sul como produto central na estratégia da empresa.

Desempenho dos destinos e movimentos de mercado

O balanço do primeiro semestre evidenciou a força de destinos que souberam dialogar com a busca do viajante brasileiro por experiências únicas e transformadoras. África do Sul, Japão, China, Coreia do Sul, Zanzibar e Chile não apenas superaram as expectativas de vendas, mas consolidaram-se como protagonistas em um cenário onde autenticidade e exclusividade tornaram-se diferenciais decisivos no processo de escolha. O sucesso desses mercados também reforça a importância de investir em produtos que vão além da simples visita turística, oferecendo contato profundo com a cultura local, opções de hospedagem diferenciadas e atividades capazes de proporcionar imersão real.

“Destinos como África do Sul, Japão, China, Coreia do Sul, Zanzibar e Chile tiveram desempenho acima do esperado, impulsionados pela busca do viajante por experiências autênticas”, conta a diretora.

Por outro lado, algumas regiões sentiram o impacto de fatores externos. O Oriente Médio, particularmente o Egito, sofreu retração em função dos conflitos internacionais, o que levou à necessidade de adiar grupos programados. A instabilidade geopolítica, mais uma vez, mostrou-se determinante na decisão de compra, refletindo a prioridade do viajante pela segurança e previsibilidade. “No caso do Egito, os conflitos internacionais resultaram até mesmo no adiamento de grupos programados, refletindo a sensibilidade do mercado à questão da segurança”, sublinha a executiva.

A Argentina, historicamente um destino central para o público brasileiro, atravessou um momento delicado no início do ano devido à crise cambial, que reduziu temporariamente a demanda. Contudo, rapidamente o mercado reagiu com promoções agressivas e estratégias específicas de reconquista, trazendo os viajantes de volta e demonstrando a resiliência do destino.

Enquanto isso, outros países da América Latina começaram a se destacar de maneira mais consistente. Colômbia, Guatemala, Uruguai e Costa Rica apresentaram sinais positivos, com tendência clara de expansão no portfólio. Essa movimentação evidencia uma mudança gradual do olhar do viajante brasileiro, que passa a valorizar destinos latino-americanos ainda pouco explorados, mas capazes de entregar diversidade cultural, natureza preservada e boa relação custo-benefício. “Colômbia, Guatemala, Uruguai e Costa Rica apresentam sinais positivos e devem ganhar cada vez mais relevância em nosso portfólio”, adiantou.

O semestre, portanto, trouxe lições importantes para a TGK: destinos consolidados continuam sustentando volumes expressivos, mas são os emergentes que vêm despontando como novas apostas estratégicas. Entre avanços e desafios, a operadora mostrou capacidade de adaptação ao responder a diferentes cenários, ajustando expectativas sem perder o foco em oferecer experiências de alto valor agregado.

Portfólio atual e tendências de consumo

A diversidade do portfólio da TGK em 2025 reflete a estratégia de equilibrar destinos consolidados com novas apostas capazes de atrair perfis variados de viajantes. África, Ásia, América Latina e Brasil compõem os pilares centrais, enquanto a Europa aparece de maneira seletiva, restrita a países que oferecem diferenciação cultural e natural, como Islândia, Escandinávia, Turquia, Grécia e Croácia.

Na América do Sul, Chile, Peru e Argentina seguem firmes como referências de demanda, sustentando volumes consistentes e ao mesmo tempo abrindo espaço para produtos complementares. Já na África, a operadora apresenta um leque robusto, que inclui desde a consagrada África do Sul até destinos de forte apelo cultural e natural, como Quênia, Tanzânia, Zanzibar, Marrocos e Egito.

Na Ásia, o mapa é ainda mais amplo, cobrindo desde os tradicionais Emirados Árabes, Vietnã, Tailândia e Camboja, até novidades como Japão em múltiplas dimensões (Naoshima, Fukuoka, Sapporo), além de Coreia do Sul, China, Índia e Filipinas. O Brasil também desponta com protagonismo, com produtos autorais que integram cultura, gastronomia e natureza em um padrão de serviço premium, fortalecendo a percepção de que a experiência nacional pode ser tão sofisticada quanto a internacional.

Esse mosaico de destinos responde diretamente a um cliente em transformação. Se antes a prioridade recaía em praticidade e custo, hoje o viajante valoriza personalização, exclusividade e autenticidade. A busca é por roteiros alinhados a interesses pessoais, sejam gastronômicos, de bem-estar ou de imersão cultural.

A TGK identificou essa mudança e estruturou uma atuação que vai além da venda de pacotes: trata-se de curadoria, de construção de jornadas únicas que refletem a identidade do passageiro. “O perfil do cliente mudou: hoje ele busca personalização, segurança, exclusividade e autenticidade em cada viagem”, comentou Leila ao Brasilturis.

Essa lógica também se materializa em projetos especiais, como o recém-renomeado departamento de Grupos, agora batizado de “Plural Experiences”. O novo posicionamento traduz uma proposta de viagens com propósito e representatividade, abraçando nichos diversos, como públicos LGBT, mulheres, apreciadores de gastronomia e adeptos de retiros de bem-estar. A pluralidade, nesse sentido, não é apenas nominal, mas reflete a convicção de que cada passageiro exige um olhar atento e uma proposta sob medida.

“Com o Plural Experiences, nosso departamento de grupos, passamos a promover viagens com propósito e representatividade, atendendo nichos diversos como LGBT, mulheres e bem-estar”, se orgulha a profissional.

Relação com agentes e impacto do mercado

O aumento do IOF, anunciado em 2025, trouxe inquietação inicial ao mercado, mas rapidamente se mostrou um fator absorvido de forma natural pelo público da TGK. Leila destaca que não houve cancelamentos significativos nem revisões em vendas já consolidadas. “Apesar do impacto inicial, o aumento do IOF foi rapidamente absorvido e não gerou cancelamentos ou revisões significativas de vendas”, complementa.

A adaptação dos clientes à nova tributação foi imediata, reforçando a percepção de que o desejo de viajar permanece resiliente, mesmo diante de pressões fiscais. Esse comportamento também sinaliza a maturidade de um perfil de viajante que não abre mão de experiências de alto padrão, ainda que em cenários econômicos desafiadores.

Nesse contexto, os agentes de viagens mantêm protagonismo absoluto na estratégia da operadora. Mais do que canais de venda, eles são parceiros consultivos, responsáveis por traduzir o portfólio da TGK em experiências personalizadas para cada cliente. Para fortalecer essa relação, a empresa investe em treinamentos constantes, fam trips técnicas e na realização de eventos exclusivos, como o TGK World, que em 2025 chega à sua 5ª edição. O encontro se tornou um espaço de imersão, networking e atualização, consolidando-se como ferramenta-chave para ampliar a confiança e o conhecimento dos parceiros.

Nos últimos dois anos, essa aproximação resultou em um movimento de expansão expressiva da base de agências atendidas. “Nos últimos dois anos ampliamos nossa base de agências, com destaque para mercados como Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás e Bahia”, listou Leila.

Essa ampliação não se resume a números: trata-se de um processo de seleção de parceiros alinhados ao modelo da operadora, que exige aderência a um padrão de atendimento consultivo e à valorização da personalização como diferencial competitivo.

Ao mesmo tempo, a operadora acompanha de perto a mudança no perfil dos próprios agentes, cada vez mais independentes e com atuação multifacetada. Essa transformação exige suporte contínuo, e a TGK responde com uma política de proximidade, oferecendo recursos, informações e suporte estratégico para que o agente seja, de fato, um consultor de confiança do cliente final. Essa engrenagem entre operadora e mercado B2B garante que, mesmo em meio a oscilações tributárias, cambiais ou políticas, a experiência entregue ao viajante permaneça no mais alto nível de qualidade.

Perspectivas para 2025 e projeções para 2026

“As projeções para 2025 seguem inalteradas e otimistas, mesmo diante das oscilações de câmbio, crises ou conflitos”, antecipa Leila. Apesar das oscilações causadas por fatores externos, a demanda do público brasileiro por viajar segue firme.

O apetite por experiências diferenciadas, aliado à disposição para investir em produtos premium, faz com que a operadora acredite em um segundo semestre de consolidação. Entre as ações previstas estão o lançamento de novos grupos e o fortalecimento de destinos em ascensão, que já demonstram potencial de se tornarem pilares do portfólio.

O olhar da empresa, no entanto, não se restringe ao presente. As tendências que despontam já em 2025 delineiam o planejamento de 2026. Na América do Sul, o norte da Argentina desponta como um polo eno-gastronômico capaz de atrair viajantes interessados em vivências autênticas, fora dos tradicionais circuitos turísticos.

No eixo asiático, a expansão para cidades como Fukuoka, Naoshima e Sapporo, no Japão, sinaliza uma proposta de aprofundamento no país, indo além dos roteiros clássicos. A Coreia do Sul e a China também devem ganhar peso, reforçando a estratégia da operadora de explorar mercados que aliam modernidade, tradição e experiências culturais únicas.

“O norte da Argentina, com forte apelo eno-gastronômico, e novas regiões do Japão, como Fukuoka, Naoshima e Sapporo, estão entre os destaques que devem se consolidar em 2026″, afirma a diretora.

As viagens de nicho aparecem como outra tendência incontornável. Gastronomia, grupos LGBT, retiros de bem-estar, experiências voltadas para mulheres e propostas de imersão cultural figuram entre os segmentos em crescimento, apontando para uma segmentação cada vez mais sofisticada. Para a TGK, esse movimento reforça a necessidade de manter a personalização e a curadoria como pilares, oferecendo produtos capazes de responder a um viajante mais exigente, informado e em busca de significado em suas jornadas.

Ao projetar o futuro, a TGK reafirma sua visão: estar preparada para as transformações do mercado e manter sua proposta de valor baseada em exclusividade, autenticidade e consultoria qualificada. O equilíbrio entre destinos consolidados e novas apostas, aliado à proximidade com os agentes de viagens, deverá sustentar não apenas os resultados de 2025, mas também pavimentar o caminho para um 2026 de crescimento sustentado e diversificação ainda maior.

Esta reportagem integra a série Especial Operadoras, tema de capa da edição de agosto do Brasilturis Jornal. Ao longo do mês, apresentaremos entrevistas exclusivas com executivos das principais empresas do setor, revelando estratégias, resultados, tendências e perspectivas para o mercado de viagens no Brasil e no exterior.

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