A maior parte dos agentes hoje está exausta. Exausta de apagar incêndios causados por erro de fornecedor, omissão de plataforma, suporte que some no momento mais crítico ou por aquela promessa comercial bonita que, na prática, vira perrengue no embarque.
O agente faz todo o processo com excelência. Segue o briefing, orienta, vende com responsabilidade, entrega confiança. Mas, quando o problema estoura no aeroporto, no hotel, na conexão perdida ou no chip que não funciona, sobra tudo para ele. Ninguém do outro lado atende. Ninguém responde. E o passageiro, claro, cobra quem ele enxerga: o agente.
Esse é o retrato de uma rotina injusta, em que o profissional que sustenta a engrenagem do Turismo muitas vezes é deixado à própria sorte no momento mais crítico da jornada do cliente. É por isso que escrevo esta coluna como um convite e um alerta aos fornecedores do setor.
Se você quer ser chamado de parceiro, precisa estar presente na prática. Parceria não é discurso. Parceria é compromisso real com quem te coloca na vitrine todos os dias. Chegou a hora de se alinhar aos valores de quem está na linha de frente. De entender que o agente de viagens não é uma extensão do SAC, nem um escudo humano para falhas. Essa profissão exige preparo, técnica, resiliência, inteligência emocional e apoio. E quem quiser crescer com o agente precisa dividir essa responsabilidade.
Chega de contratos unilaterais, de suporte genérico, de “vamos verificar” enquanto o passageiro espera. Chega de sumir no perrengue e aparecer só na hora do café com brinde.
A nova era do Turismo exige fornecedores éticos, acessíveis e comprometidos.
Que tenham canal direto. Que ofereçam respostas. Que tenham estrutura para sustentar o que vendem e coragem para assumir o que não funcionou. O agente não está pedindo favor. Está pedindo respeito.
Mais do que nunca, o mercado precisa de alianças verdadeiras. Não dá mais pra romantizar a palavra “parceiro”. Ou se é parceiro, ou se é risco. Se você é fornecedor e quer estar do lado certo da história, se posicione. Aproxime-se do agente. Entenda sua realidade. Esteja junto não só no material institucional, mas no embarque perdido, na urgência do sábado à noite, na operação que precisa de resgate. Porque o agente não precisa de tapinha nas costas. Precisa de suporte.