A entrada em operação do People Mover do Aeroporto de Guarulhos (SP) sofreu novo atraso, segundo informou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
De acordo com a agência, a última previsão oficial apresentada pela concessionária GRU Airport indicava o início das operações em 31 de agosto. No entanto, uma vistoria da equipe técnica da Anac realizada no dia seguinte constatou que o prazo não foi cumprido.
Embora as obras civis estejam praticamente concluídas desde fevereiro, o sistema continua operando apenas em modo manual. Persistem falhas nos sistemas de frenagem, aceleração e sonorização, e os veículos ainda são controlados manualmente durante os testes.
A certificação de segurança SIL4, conduzida pela empresa Certifer, ainda está em andamento, assim como a acreditação do projeto executivo por um Organismo de Inspeção do Tipo A e a emissão da portaria do Inmetro, todas condições previstas no contrato de concessão e necessárias para a operação plena.
Atualmente, os testes incluem circulação manual entre estações, operação noturna, ensaios de carga e velocidade, além do comissionamento integrado. Não há data definida para o início da pré-operação, que seria realizada apenas aos domingos.
Em declaração à rádio CBN, a GRU Airport indicou que pretende inaugurar o People Mover em setembro, mas o consórcio AeroGRU, liderado pela Aerom, não divulga datas. O sistema utiliza a tecnologia Aeromovel, de propulsão pneumática, e o projeto paulista é o maior já realizado pela empresa gaúcha, comparado a linhas anteriores em Jacarta, na Indonésia, e no Aeroporto de Porto Alegre. O trajeto entre a estação ferroviária e os terminais terá duração máxima de seis minutos.
Processo administrativo
Diante dos atrasos, a Anac abriu em maio o Processo Administrativo Sancionador (PAS) nº 00058.038419/2024-54 para apurar a responsabilidade da concessionária. Caso confirmada a infração, a penalidade prevista pode chegar a uma Unidade de Referência da Tarifa Aeroportuária por dia de atraso, equivalente a R$ 33,6 mil no Aeroporto de Guarulhos. A agência destacou que esse é o teto máximo e que o valor final dependerá do julgamento do processo, considerando fatores agravantes e atenuantes.
Enquanto a operação não é iniciada, passageiros e trabalhadores continuam utilizando ônibus internos para se deslocar entre a estação ferroviária e os terminais.
