A Ilha do Combú, localizada a apenas 15 minutos de barco de Belém (PA), deu um passo importante para consolidar-se como destino turístico sustentável. Nesta terça-feira (23), foi lançado oficialmente o projeto Rota Combú, iniciativa de turismo de base comunitária desenvolvida pelo Sebrae Nacional, Sebrae Pará e pela própria comunidade local, com apoio da Embratur.
O roteiro reúne 14 empreendimentos, que vão de hospedagem a experiências culturais, artesanato, trilhas e transporte fluvial, todos operados por empreendedores ribeirinhos. A proposta busca transformar os passeios curtos, comuns até então, em estadias de dois a três dias, estimulando vivências mais completas e imersivas na Amazônia paraense.
Cultura ribeirinha como protagonista
A nova rota foi apresentada pelos próprios moradores, que destacaram o valor das tradições e dos saberes transmitidos de geração em geração. Restaurantes à beira do rio, banhos em igarapés, quintais produtivos e cooperativas de barqueiros compõem o portfólio de experiências autênticas oferecidas ao visitante.
Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a iniciativa chega em um momento estratégico, às vésperas da COP30, quando Belém receberá atenção mundial. “O Sebrae não inventou o Cumbú, mas está ajudando a ilha a se tornar uma rota internacional. E isso é muito bom para a tradição e para geração de emprego e renda. E a Embratur é responsável pela promoção do Brasil no mundo. O que você encontra na Rota do Combú você não encontra em Paris, em Madrid, em São Paulo, ou em Santiago, você encontra aqui”, destacou.
Turismo como alternativa econômica
Freixo defendeu o turismo como alternativa econômica viável para comunidades da região, capaz de preservar a floresta e valorizar a cultura local. “Com a rota, temos a chance de trazer jornalistas estrangeiros, de trazer operadoras internacionais para cá, para conhecer esse Brasil mais profundo, que não está numa novela, num cartão postal, mas que está nesse sentimento que é esse Brasil de tantos Brasis”, completou.
O diretor superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno, ressaltou que 95% do turismo brasileiro depende de pequenos negócios e que a Rota Combú reforça esse protagonismo. “E o papel do Sebrae é ajudar os pequenos negócios. E não poderíamos ficar apenas nas grandes regiões. A gente precisa vir onde há empreendedor. E aqui nessa área insular de Belém, tem muito negócio, tem muita potência e tem muita ancestralidade”, afirmou.
Projeção internacional e legado pós-COP30
A iniciativa também tem caráter estratégico de promoção internacional. Após o lançamento em Belém, a Rota Combú será apresentada durante a ABAV Expo 2025, em 9 de outubro, consolidando a presença do destino amazônico no mercado turístico da América do Sul.
Na ocasião, a Embratur também entregou certificados de sustentabilidade da Green Destinations aos empreendedores que cumpriram os requisitos do programa. A expectativa é que a rota se torne um legado para Belém após a COP30, projetando a Amazônia paraense como referência em turismo sustentável, comunitário e de valorização cultural.