São Paulo (SP) – Durante o evento pré-Experience USA, realizado na manhã desta quinta-feira (25) no Consulado Geral dos Estados Unidos da América (EUA) na capital paulista, Nathan Traurig, cônsul comercial dos EUA, destacou a nova abordagem do evento e reforçou a importância do trade brasileiro para o turismo norte-americano, em especial para a Copa do Mundo FIFA 2026.
Segundo Traurig, a mudança de nome do tradicional Visit USA para Experience USA reflete uma atualização de posicionamento. “O nome mudou para ser mais responsivo ao mercado. Muitos brasileiros já visitaram os Estados Unidos, mas queremos mudar a mentalidade de uma visita para uma experiência”, reforça.
O novo formato inclui a ampliação do tempo destinado à capacitação de agentes de viagens e às rodadas de negócios. “Este ano estamos dando mais tempo para que cada destino possa treinar agentes e também estamos criando espaço para reuniões business-to-business (B2B). É especialmente importante porque destinos como Kansas City, Dallas e Atlanta estão participando pela primeira vez e receberão jogos da Copa do Mundo de 2026”, explica.
“Década do esporte”
Os próximos grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo da FIFA 2026, que será disputada em 11 cidades norte-americanas, e os Jogos Olímpicos de Verão de 2028, que serão sediados em Las Vegas, foram apontadas como o eixo central da estratégia de promoção.
“Nosso consulado apoia em três frentes: conectando destinos a operadores e agentes, fortalecendo campanhas de diplomacia pública e garantindo a emissão de vistos. Quando o sorteio for realizado em dezembro, vamos organizar webinars, conferências e ações específicas para os destinos que receberem jogos da seleção brasileira”, revela.
Questionado sobre os desafios de promoção no Brasil, Traurig destacou as diferenças de comportamento entre os viajantes dos dois países. “Mais de 85% das viagens dos brasileiros são organizadas por agentes de viagem. É um mercado mais tradicional, e isso exige que os destinos estejam preparados para trabalhar diretamente com operadores e capacitar agentes”, afirma.
O cônsul ressalta ainda a força das redes sociais como ferramenta de divulgação. “O mercado brasileiro é muito responsivo a TikTok, Instagram e WhatsApp. Alguns influenciadores que participaram de fam tours chegaram a registrar mais de um milhão de visualizações em vídeos, e os destinos precisam estar atentos a isso”, observa.
Mercado brasileiro em alta
Para além dos grandes eventos esportivos, Traurig aponta ainda que o Brasil se mantém como um dos principais emissores de turistas aos Estados Unidos. “Em 2024, 1,9 milhão de brasileiros viajaram para os Estados Unidos, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior, e gastaram US$ 9,8 bilhões. Isso faz do Brasil o quarto maior mercado emissor, sem contar Canadá e México”, destacou.
O diplomata também destaca o impacto direto nas comunidades locais. “Destinos como Kissimmee, Orlando e Miami dependem fortemente da presença dos brasileiros. Estudos mostram que as viagens do Brasil aos Estados Unidos sustentam 64 mil empregos norte-americanos”, relata.
“As viagens dos brasileiros representam não só impacto econômico, mas também uma conexão cultural importante. Nosso foco é criar oportunidades para que os destinos dos Estados Unidos continuem recebendo brasileiros e fortalecendo esses laços”, finaliza Traurig.