A menos de dois meses da COP30, conferência climática da Onu que acontece em novembro em Belém (PA), países em desenvolvimento discutem reduzir o tamanho de suas delegações devido aos altos custos de hospedagem. Segundo levantamento da Folha de São Paulo, até 25 de setembro, apenas 87 países haviam garantido acomodações, menos da metade dos 196 participantes esperados.
Delegados de nações mais afetadas pelas mudanças climáticas, como membros do Grupo dos Países Menos Desenvolvidos e da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, afirmam que a escassez de quartos e o aumento dos preços em Belém podem limitar sua presença. Em alguns casos, representantes estudam comparecer apenas por poucos dias, reduzindo a capacidade de participar de todas as mesas de negociação.
A ministra da Holanda, Sophie Hermans, também confirmou que sua delegação será menor este ano, justificando que “é preciso pensar nos custos porque o público na Holanda, e no mundo todo, quer saber quem vai pagar por eles”.
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, garantiu que o Brasil reservou 15 quartos para cada uma das 73 nações classificadas pela Onu como países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares, com diárias abaixo de US$ 200. Segundo ele, ainda há espaço para negociações e ajustes na logística.
Os organizadores afirmam ter mapeado 53 mil leitos em Belém e região, incluindo navios de cruzeiro contratados pelo governo federal. Ainda assim, representantes apontam que blocos de 15 quartos não seriam suficientes para delegações médias, que podem variar de 60 a 100 participantes.