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Felipe Lima
Felipe Lima
Chefe de Redação - E-mail: felipe@brasilturis.com.br

Celso Sabino decide permanecer no Ministério do Turismo; entenda

Ministro Celso Sabino decide ficar no Turismo apesar de processo no União Brasil, aposta na COP30 e no diálogo

Na manhã desta quarta-feira (8), Celso Sabino afirmou que continuará como ministro do Turismo. Ele citou a proximidade da COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, e disse ter a confiança do presidente Lula.

A Executiva Nacional do União Brasil se reúne no mesmo dia para deliberar sanções internas, incluindo a suspensão do diretório paraense, presidido por Sabino, até a abertura formal do processo de expulsão.

O relator do caso no partido, deputado Fábio Schiochet, sinalizou que não pediria expulsão sumária, o que manteria Sabino no quadro da sigla ao menos até a COP30, embora o processo disciplinar siga em curso.

Como a crise começou

Em 2 de setembro, União Brasil e Progressistas anunciaram a saída da base do governo e formaram a federação União Progressista, com 109 deputados. A orientação foi para que filiados deixassem cargos no Executivo. Entre os ministros da federação estavam Celso Sabino, no Turismo, e André Fufuca, no Esporte.

Em 26 de setembro, Sabino informou que havia apresentado sua demissão ao presidente. Dias depois, participou de agendas com Lula em Belém ligadas à COP30 e, nesta quarta, confirmou que permanecerá no cargo.

Sabino afirma que “fica” por considerar inoportuna a troca a poucas semanas da COP30 e por ter apoio do presidente. Em suas palavras, a permanência seria “pelo bem do Turismo, do Pará e do Brasil”. Ele também classificou as decisões da cúpula partidária como “equivocadas e precipitadas” e diz buscar diálogo com a legenda.

A cúpula do União Brasil sustenta que houve infidelidade partidária. O governador Ronaldo Caiado, membro da Executiva e pré-candidato ao Planalto em 2026, defende a expulsão e a intervenção no diretório do Pará. A Executiva discute punições nesta quarta-feira.

Apesar da pressão da direção nacional, Sabino exibiu apoio relevante na bancada: reportagem relata que 46 dos 59 deputados do União assinaram carta pela sua permanência no ministério, expondo a divisão entre cúpula e base parlamentar.

A jurisprudência do TSE é firme: expulsão pelo partido não caracteriza infidelidade partidária apta a cassar mandato proporcional. A perda de mandato por infidelidade pressupõe desligamento voluntário sem justa causa. Na hipótese de expulsão, não cabe ação de perda do cargo.

Impactos no turismo e na COP30

A permanência evita uma troca imediata a poucas semanas da COP30 e mantém a agenda do ministério na vitrine amazônica. Na última sexta (3), Sabino acompanhou Lula em Belém e destacou ações promocionais e legados urbanos ligados ao evento.

No plano de resultados, o governo divulgou que o Brasil já superou 7 milhões de turistas internacionais acumulados até setembro de 2025, um recorde. Em audiência recente no Congresso, Sabino projetou 10 milhões de visitantes em 2025. Esses números são centrais no discurso do ministro para defender continuidade.

A decisão de Sabino de permanecer ecoa a de André Fufuca, do Esporte, que também resiste à ordem partidária. Para o Planalto, manter quadros do Centrão no gabinete ajuda na interlocução com o Congresso; para Sabino, a cadeira no Turismo, com a COP30 como palco, projeta capital político no Pará, estado onde pode disputar o Senado em 2026.

Linha do tempo

  • 2 set: União Brasil e PP deixam a base e formam a federação União Progressista; pedem entrega de cargos.

  • 26 set: Sabino comunica a jornalistas que entregou a carta de demissão ao presidente.

  • 3 out: Ministro acompanha Lula em obras e ações da COP30, em Belém.

  • 5 a 7 out: Direção do União agenda reunião e aponta “reiterada infidelidade”; relator indica que não pedirá expulsão sumária.

  • 8 out: Sabino anuncia que fica no governo e enfrenta reunião da Executiva do partido.

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