A Latam vive um dos momentos mais fortes de sua história recente no Brasil. Entre janeiro e agosto, a companhia transportou 25 milhões de passageiros, quase 3 milhões a mais que no mesmo período do ano anterior, e atingiu 41,4% de participação no mercado doméstico apurado pela Anac, o maior patamar dos últimos 12 anos, segundo Aline Mafra, diretora de Vendas e Marketing da Latam Brasil. “Estamos em um patamar histórico e com oferta crescente no país”, resume.
Desde 2019, a malha doméstica saltou de 44 para 59 aeroportos, com 34% de aumento de oferta na rede brasileira. Para sustentar a expansão em cidades médias e rotas de menor densidade, a Latam voltará a operar com aeronaves Embraer: serão 24 E195 já firmados na primeira fase, com opção de compra de mais 50 unidades. As entregas começam em setembro do próximo ano.
“Essa frota rompe o ‘teto’ de crescimento em aeroportos que não comportam aviões maiores”, diz Mafra. A empresa mapeia 35 potenciais aeroportos para os jatos regionais (25 deles no Brasil), lista “viva” que muda conforme obras de infraestrutura, demandas corporativas e negociações com estados.
No internacional, a estratégia combina novos destinos e novas ligações a partir do Brasil. Em 2025, a companhia abriu operação sazonal para Bariloche e anunciou São Paulo–Córdoba e São Paulo–Rosário como novos destinos sul-americanos. Entre as ligações, destaque para Porto Alegre–Buenos Aires, Rio de Janeiro–Buenos Aires e Fortaleza–Lisboa; vêm ainda Recife–Buenos Aires, Florianópolis–Lima, Florianópolis–Buenos Aires e um Belém–Bogotá sazonal voltado à COP30.
A expansão comercial é acompanhada por um pacote de investimentos em produto que soma US$ 220 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão):
US$ 60 milhões para Wi-Fi nos widebodies (voos internacionais de longo curso) a partir do ano que vem;
US$ 40 milhões para retrofit de A319 (novas poltronas, tomadas USB-A e USB-C, conectividade e Latam Play);
US$ 20 milhões para uma nova sala VIP em Guarulhos, com aproximadamente 4,2 mil metros quadrados;
US$ 100 milhões para criar a Premium Comfort, cabine intermediária entre econômica e business, a ser instalada em todos os widebodies.
Segundo Mafra, as melhorias respondem diretamente ao que o cliente pede. O NPS da Latam subiu 37 pontos desde 2019, e a companhia afirma ter hoje o menor índice de reclamações por passageiro transportado do setor, acompanhando de perto Consumidor.gov e Reclame Aqui. “O orgulho não é só bater recordes; é devolver em experiência o desempenho que conquistamos”, afirma.
No corporativo, a Latam também reporta marcas históricas: de acordo com a Abracorp, a companhia alcançou 41% de market share nas vendas do segmento no Brasil, o maior já registrado para a empresa pela entidade. “As empresas valorizam conectividade, pontualidade e capilaridade — pilares que reforçamos com frota adequada e produto competitivo”, pontua Mafra.
Com a entrada dos E195, a Latam projeta mais cidades atendidas e maior frequência em mercados regionais, mantendo a expansão internacional principalmente na América do Sul — reflexo da procura do brasileiro por viagens de melhor relação custo-benefício. “O ‘teto’ de crescimento ficou mais longe. A combinação de capilaridade, produto e eficiência nos dá confiança para seguir investindo”, conclui.