Rio de Janeiro (RJ) – O estande do Mato Grosso do Sul na 52ª Abav Expo recebeu o painel Pantanal Afro – Conexões e Tendências do Afroturismo no MS, que reuniu nomes de destaque do setor para discutir o papel do turismo na promoção da diversidade e da inclusão. Mediado por Thayna Cambará, CEO da Bela Oyá Pantanal, o encontro contou com Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul; Haroldo Nascimento, CBO da Diáspora Black; e Tânia Neres, coordenadora de Diversidade, Afroturismo e Povos Originários da Embratur.
O evento promoveu um debate sobre os desafios e as oportunidades do afroturismo como ferramenta de transformação social e desenvolvimento econômico, destacando o papel do Pantanal como um território diverso e historicamente marcado pela cultura negra.
Bruno Wendling destaca responsabilidade e reposicionamento do Pantanal
Em sua fala, Bruno Wendling ressaltou que a presença do afroturismo no Mato Grosso do Sul só se tornou realidade graças ao protagonismo de empreendedores locais, como Thayna Cambará, que impulsionaram a criação da primeira agência voltada ao segmento no estado. O gestor reforçou que o turismo pode ser um instrumento de valorização cultural e inclusão, desde que aliado à responsabilidade e à escuta ativa das comunidades envolvidas.
Wendling também enfatizou a necessidade de reposicionar o Pantanal além da tradicional imagem de turismo de pesca, apresentando o bioma como espaço de experiências culturais, espirituais e de conexão ancestral. Segundo ele, o estado trabalha para construir uma narrativa autêntica e sustentável, que reflita a identidade pantaneira e sua herança afro-brasileira. “O Pantanal é um território diverso e plural, que precisa ser ressignificado e reapresentado, com protagonismo das pessoas que o constroem diariamente”, defendeu.
Haroldo Nascimento fala sobre a consolidação do mercado afrocentrado
O CBO da Diáspora Black, Haroldo Nascimento, abordou o crescimento do afroturismo no país e no exterior, destacando a importância de fortalecer a promoção dessas experiências junto às agências e agentes de viagens. Para ele, o afroturismo já não é apenas uma pauta identitária, mas um que vem se consolidando ano após ano e desejado por turistas que buscam vivências autênticas e transformadoras.
Nascimento salientou que a demanda por experiências culturais cresce à medida que viajantes valorizam conexões humanas e narrativas locais. Ele citou o trabalho de operadores e influenciadores que vêm ampliando a visibilidade do segmento e mencionou iniciativas internacionais, como o Afro Summer Brasil, que será promovido em destinos estratégicos para o público afrocentrado. “As pessoas querem se conectar com histórias, com quem vive o território. E o turismo é uma ponte para isso”, destacou.
Tânia Neres compara o afroturismo ao início do ecoturismo
Encerrando o painel, Tânia Neres, da Embratur, fez uma analogia entre o momento atual do afroturismo e a fase inicial do ecoturismo no Brasil há cerca de duas décadas. Para ela, o movimento ainda está em consolidação, mas tem potencial para alcançar reconhecimento internacional semelhante. “Assim como o ecoturismo precisou ser compreendido e valorizado, o afroturismo também precisa ser apresentado e entendido como uma experiência transformadora”, afirmou.
Tânia reforçou que o foco deve estar nas comunidades e nos protagonistas locais, garantindo que o turismo gere prosperidade e autoestima. Ela também destacou a importância da capacitação e da comunicação internacional para ampliar a visibilidade dos roteiros afrocentrados, especialmente no Mato Grosso do Sul, que já possui fluxo internacional consolidado. “O novo precisa ser apresentado. Quando o turista vivencia o afroturismo, ele retorna contando histórias e compartilhando o que viveu — e é isso que fortalece o destino”, finalizou.
O Brasilturis participa da 52ª Abav Expo e conta com o apoio da Mundi Executive Transport e proteção Affinity Seguros