O Brasil reforça seu apelo internacional com resultados que evidenciam satisfação recorde entre os viajantes estrangeiros. De acordo com a pesquisa “Turismo Internacional no Brasil: o comportamento de cinco mercados”, conduzida pela Embratur, em parceria com a Visa e o Instituto Ipsos, 94% dos turistas estrangeiros afirmaram ter vivido uma experiência positiva no país. O levantamento — inédito em abrangência e metodologia — ouviu mais de 8 mil turistas de Argentina, Chile, Estados Unidos, Portugal e Uruguai, responsáveis por cerca de 60% do fluxo internacional registrado em 2025.
Com base nas entrevistas realizadas ao longo de 12 meses, o estudo revela que 66% dos turistas estrangeiros classificaram sua experiência como “muito boa” e outros 28% como “boa”, consolidando o Brasil como um destino acolhedor, diversificado e de hospitalidade reconhecida. Entre os principais motivos de aprovação estão a qualidade da hospedagem, a gastronomia local e o contato com a natureza.
Estratégia e segmentação de mercado
Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, os dados reforçam a necessidade de comunicação segmentada e baseada em inteligência de mercado.
“A pesquisa nos entrega um mapa detalhado para comunicar o Brasil certo para o público certo, otimizando nossos recursos e ampliando o retorno. Entender que o turista norte-americano busca experiências exclusivas, enquanto o argentino e o uruguaio valorizam o preço competitivo e os laços afetivos, nos permite criar campanhas muito mais eficientes”, afirmou.
Freixo destacou ainda que o desafio é ampliar a experiência positiva, diversificando a oferta turística e qualificando os serviços. O estudo oferece, portanto, subsídios concretos para as ações de promoção internacional do país, em especial nos mercados de maior crescimento.
Perfil e comportamento do viajante
Entre os entrevistados, 94% visitaram o Brasil por lazer e apenas 6% por motivos profissionais. Praias (75%), natureza (63%) e preço competitivo (55%) figuram entre os principais motivadores de viagem. A organização independente segue em alta, com 57% dos turistas planejando por conta própria, enquanto 23% utilizaram agências de viagem.
As redes sociais são determinantes no processo de decisão: 84% usam o Instagram e 74% o YouTube para buscar informações. No total, cada turista consultou, em média, quatro fontes distintas antes de viajar.
Os viajantes foram classificados em cinco perfis de comportamento — explorador, planejador, acolhedor, sereno e distinto — e realizam em média cinco atividades por estadia. Os norte-americanos lideram em diversidade de experiências e gastos.
Gastos e meios de pagamento
Os visitantes dos cinco mercados pesquisados gastam em média US$ 175 por dia no Brasil. Os estadunidenses apresentam o maior ticket médio (US$ 308,21), enquanto os uruguaios registram os menores gastos (US$ 114,73). A hospedagem (21%), a alimentação (17%) e o transporte aéreo (16%) são os principais componentes do orçamento.
O dinheiro em espécie ainda é utilizado por 63% dos turistas, mas os cartões de crédito (55%) e débito (40%) vêm ganhando espaço. O Pix, adotado por 16% dos visitantes, tem destaque entre os argentinos, onde quase um terço dos entrevistados usou o meio de pagamento durante a viagem.
“Nosso objetivo é fornecer inteligência acionável para que o Brasil aumente sua competitividade no cenário global de turismo”, afirmou Tiago Moherdaui, vice-presidente da Visa Consulting & Analytics, reforçando o papel do estudo na formulação de políticas públicas e estratégias privadas.
Permanência e recomendação
O tempo médio de permanência é de 12 noites, o que reforça o potencial do turismo internacional como gerador de renda e emprego. A intenção de recomendação também é expressiva: nove em cada dez turistas afirmaram que recomendariam o país, e seis em cada dez declararam que falariam bem do Brasil espontaneamente.
O estudo foi divulgado em um momento histórico para o setor: entre janeiro e setembro de 2025, o país recebeu mais de 7 milhões de turistas estrangeiros, superando o recorde anual anterior de 2024 (6,77 milhões).