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Ricardo Shimosakai
Ricardo Shimosakai
Especialista em acessibilidade, inclusão e turismo, criador da Turismo Adaptado.

Novo símbolo internacional de acessibilidade

O tradicional ícone azul com a cadeira de rodas estática, criado nos anos 1960, foi por muito tempo a representação universal da acessibilidade. No entanto, a sociedade evoluiu e, junto com ela, a compreensão do que significa inclusão. Em 2015, a ONU criou um novo símbolo, que procura englobar todos os tipos de deficiência e acessibilidade, diferente do antigo símbolo internacional, que é associado a pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida. Em 29 de abril de 2025, o Plenário do Senado aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei nº 2.199/2022, substituindo o antigo Símbolo Internacional de Acesso.

O desenho é mais moderno e universal: em vez de remeter diretamente a uma cadeira de rodas, representa uma figura humana em círculo, com os braços abertos em postura ativa. O objetivo é transmitir autonomia, movimento e participação plena na sociedade. A mensagem é clara: a acessibilidade não se limita a quem usa cadeira de rodas, mas abrange todas as pessoas com deficiência em seus diferentes contextos.

Apesar do avanço simbólico, é preciso reconhecer os desafios. O novo ícone não remete de forma imediata à deficiência e exigirá um processo educativo da sociedade para que seja amplamente reconhecido. Além disso, a mudança gráfica, por si só, não resolve as barreiras reais enfrentadas no turismo e em outros setores: falta de informação acessível, serviços despreparados e estruturas que continuam excludentes.

É preciso seguir um planejamento para conseguir alcançar a acessibilidade e a inclusão adequadas. Primeiro, é preciso ter os locais físicos devidamente acessíveis, para que depois, sim, eles sejam sinalizados com o símbolo. É necessário que as pessoas e equipes sejam treinadas e que serviços como audiodescrição e Língua de Sinais sejam oferecidos, e estes devidamente identificados. A acessibilidade precisa estar completa, atendendo a todos, pois, se o local tiver, por exemplo, somente acessibilidade para pessoas com deficiência visual e o símbolo, que sinaliza a acessibilidade para todas as deficiências, for colocado no local, isso irá gerar confusão.

A aplicação do símbolo irá ajudar muito, mas desde que seja feita de forma correta. Falta muita informação sobre acessibilidade nos locais e serviços, e isso inibe a participação da pessoa com deficiência. Muitos hotéis, por exemplo, possuem acessibilidade, mas não informam isso em seus sites, que são o principal local de pesquisa do turista. Este é o tipo de detalhe que passa despercebido por pessoas ou falsos profissionais que não têm experiência no comportamento do turista com deficiência.

Aqui mesmo na Brasilturis, eu escrevi outros artigos relacionados a esse assunto que valem a pena ler. Um deles é o “Informando a acessibilidade”, chamando a atenção para a importância da informação sobre a acessibilidade existente. O outro é o “Acessibilidade na sinalização”, onde destaco que a falta de sinalização sobre acessibilidade gera confusão e trabalho extra ao local, o que seria muito simples de evitar se fosse oferecido corretamente.

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