A Boeing registrou receita de US$ 23,3 bilhões no terceiro trimestre de 2025, impulsionada principalmente pelo aumento no volume de entregas comerciais, que somaram 160 aeronaves. O resultado foi impactado por uma despesa de US$ 4,9 bilhões relacionada à atualização do cronograma de certificação do modelo 777X, o que levou a um prejuízo por ação de US$ 7,14 (GAAP) e de US$ 7,47 (não GAAP). O fluxo de caixa operacional foi de US$ 1,1 bilhão, com fluxo de caixa livre de US$ 0,2 bilhão.
A carteira total de pedidos da empresa atingiu US$ 636 bilhões, incluindo mais de 5.900 aeronaves comerciais. Segundo Kelly Ortberg, presidente e CEO da Boeing, o trimestre marcou “marcos importantes na recuperação”, com destaque para o acordo firmado com a Administração Federal de Aviação (FAA) em outubro para elevar a produção do 737 de 38 para 42 unidades por mês. Ortberg afirmou ainda que, apesar do atraso no programa 777X, “a aeronave continua apresentando bom desempenho nos testes de voo” e que o foco permanece em concluir os programas de desenvolvimento e estabilizar as operações.
Na divisão de Aviões Comerciais, a receita foi de US$ 11,1 bilhões, refletindo o aumento nas entregas. O programa 737 manteve ritmo de 38 aeronaves mensais, enquanto o 787 se estabilizou em sete unidades por mês. O segmento registrou 161 pedidos líquidos no trimestre, entre eles 50 aeronaves 787 para a Turkish Airlines e 30 737-8 para o Norwegian Group.
A área de Defesa, Espaço e Segurança teve receita de US$ 6,9 bilhões, com margem operacional de 1,7%. Entre os contratos firmados no período, estão um acordo com a Força Espacial dos Estados Unidos para aprimorar comunicações via satélite e uma parceria com a Força Aérea Real Australiana para demonstrar as capacidades do modelo autônomo MQ-28 Ghost Bat. A carteira de pedidos do segmento chegou a US$ 76 bilhões, sendo 20% provenientes de clientes fora dos Estados Unidos.
O segmento de Serviços Globais registrou receita de US$ 5,4 bilhões e margem operacional de 17,5%, impulsionado por aumento de volume. Entre as atividades do trimestre, a Boeing recebeu um contrato da Marinha dos Estados Unidos para manutenção do trem de pouso das aeronaves F/A-18 e anunciou colaboração estratégica com a Korean Air para desenvolvimento de manutenção preditiva.
A empresa encerrou o trimestre com US$ 23 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo, além de acesso a linhas de crédito de US$ 10 bilhões não utilizadas.

