À frente do MICE há anos e novamente responsável pelo segmento de Lazer na Agaxtur desde setembro, Jarbas Júnior descreve a mudança como um retorno às origens operacionais, com foco em B2B e entrega 360º para o agente de viagens. “Minha origem é a operação e o B2B. Volto ao Lazer junto do MICE para dar continuidade, com qualidade e solidez”, diz.
Segundo o executivo, a divisão entre Lazer e MICE feita em 2022 cumpriu o papel de acelerar o crescimento após a entrada do Grupo Águia Branca. Com a saída de Claiton Armelin, Jarbas reassumiu o Lazer e reorganizou o time. Chegam reforços como Fabrizio Cavallini, que assume como head de Vendas para todos os canais, dentre outros na Gestão de Pessoas, TI e Financeiro da Agaxtur.
Segundo Júnior, a operação passa a atuar com gerências dedicadas para terrestre, aéreo e marítimo, além de uma diretoria focada em MICE. “Conseguimos montar um time para manter os dois segmentos rodando com controle e eficiência”, afirma.
No MICE, ele aponta um ciclo de alta sustentado por vantagens de uma operadora com acordos robustos com aéreas e hotelaria. “Crescemos 70% de 2023 para 2024 e quase 30% de 2024 para 2025”, relata, referindo-se ao desempenho operacional e de clientes. A expectativa é positiva para 2026, ano de Copa do Mundo, com projetos de incentivo e eventos já no radar.
Política comercial e relação com o trade
Durante a conversa, Jarbas admitiu que, em anos recentes, a empresa se afastou do agente de viagens e agora reposiciona a política comercial para ganhar tração de forma saudável. A estratégia prioriza sustentabilidade financeira e combate práticas agressivas que pressionam caixa e serviço.
“Não adianta brigar com 12 vezes sem entrada. Para embarques próximos, o parcelamento existe, mas com entrada. Queremos crescer com saúde e previsibilidade”, diz. O objetivo declarado é proteger o caixa, manter empregos e garantir atendimento 24/7 durante a viagem. “O agente precisa ter tranquilidade. Aqui ele fala com gente de verdade”, afirma.
A base ativa reúne quase 4 mil agentes com acesso à plataforma online Infotera, que integra hotel, aéreo, passeios, ingressos, locação, seguro e, como diferencial, cruzeiros da MSC e Costa na costa brasileira diretamente na ferramenta da Agaxtur, algo que poucas operadoras oferecem.
O plano comercial inclui ainda capacitações, famtours e repasses táticos negociados com fornecedores, sempre evitando “loucuras” promocionais. “Queremos andar de mão dada com o agente. Resultado bom e sustentável é o que fica.”
Para ampliar a entrega no MICE e irrigar o Lazer com novos padrões de experiência, a Agaxtur adquiriu, no fim de 2024, 51% da Uma Diversidade Criativa, referência em live marketing e multivencedora do Prêmio Caio. “Hoje entregamos um produto em 360º. Criação, logística, cenografia, produção e campanhas, do início ao fim”, resume.
A sinergia chega também ao Lazer, com revisão do kit de viagem, melhorias no app do viajante e procedimentos de reserva.
O executivo destaca ainda um novo broker global de hotelaria, com preços competitivos e integração prevista para ir ao ar em novembro, ampliando a força do B2B no dia a dia das agências.
Mas Jarbas reforça que a integração não ameaça a intermediação. “Jamais atravessamos o cliente do agente. Queremos o agente como parceiro”, reforça o executivo.
Para 2026, ele vê tração em produtos híbridos de incentivo com extensão de lazer e iniciativas piloto com agências que já têm carteira corporativa, sob liderança comercial de Cavallini. “A hora que o agente se conscientizar do nosso padrão de entrega, ele e o cliente vão ficar encantados”, pontua.
Portfólio e tendências para 2026
No curto prazo, a operadora aposta forte em Ásia – Japão, Coreia e China – em pacotes, circuitos e cruzeiros que permitem visitar várias cidades com hospedagem a bordo. Cruzeiros seguem em alta, do mainstream ao luxo. Na Europa, destaque para Alemanha, além de clássicos como Espanha e Portugal. Estados Unidos mantêm demanda, com eventos como NRF e SXSW atraindo delegações brasileiras. No Caribe, a volta do apetite por Cancún anima o varejo, somada à maior oferta aérea na região.
No Brasil, a empresa mira oportunidades na Amazônia e acompanha reaberturas que reposicionam o destino, sem tirar os olhos de ícones consolidados como Porto de Galinhas, em Pernambuco.






