A inteligência artificial já entrou na rotina do trade como motor de eficiência e inovação. Essa foi uma das principais conclusões do webinar “Web3, Blockchain e Tokenização”, promovido pela Skal Internacional Brasil, que reuniu Walter Teixeira, presidente da entidade, Marcos Vilas Boas, presidente da ABIH-SP, Tadeu Cunha, vice-presidente de Tecnologia, Inovação e Dados da Avipam Viagens e Turismo, Paulo Régis e Ricardo Zago, co-CEOs da Bankei, em um debate sobre como a IA está transformando o turismo.
Para Tadeu Cunha, que também é membro do Comitê de Tecnologia do Skal Internacional, o maior impacto está dentro das empresas. “A IA é inevitável. Quem sabe se comunicar usa melhor. Letramento é a base”, afirmou. Ele relatou iniciativas de capacitação ampla, com equipes de diferentes áreas usando IA para prototipar fluxos e reduzir tarefas repetitivas.
Na mesma linha, Marcos Vilas Boas destacou o ganho de autonomia que a tecnologia oferece: “A IA virou um libertador. Em meses, dá para tirar do papel automações que antes travavam em tradução de regra de negócio para código.”
O consenso entre os painelistas é que a adoção da IA exige políticas claras de uso e cultura digital. Tadeu Cunha defendeu a criação de programas contínuos de capacitação, com guidelines de dados e avaliação de riscos. A recomendação é começar por casos de uso com retorno rápido, como atendimento interno, análise de contratos, conciliação de reservas e geração assistida de documentação técnica.
Do backoffice ao B2C
Os especialistas apontaram que o uso voltado ao consumidor final ainda está em estágio inicial, mas o avanço é inevitável. Aplicações de IA já ajudam a integrar estoques, tarifários e políticas em CRMs e ERPs, tornando o atendimento mais ágil e personalizado. Paulo Régis, da Bankei, acrescentou que a tecnologia também pode aprimorar a experiência de pagamento, otimizando o roteamento de transações e a prevenção de fraudes, inclusive em operações com criptomoedas.
Segundo ele, as duas tecnologias se complementam. A IA acelera a criação e operação de produtos; a blockchain garante transparência e rastreabilidade nas transações. “A junção é inevitável”, complementa Tadeu Cunha.

